sábado, 31 de dezembro de 2011

Um poema pra começar 2012:


AUT VIAM INVENIAM AUT FACIAM

José Aristides da Silva Gamito


Pra seguir pelo caminho que escolhi,
Muitas coisas deixei pra trás,
Muitas pessoas não pude trazer,
Talvez umas delas seja você,
Mas não é por querer selecionar,
Mas a gente aprende um dia
Que existem encruzilhadas na vida
E chega um momento que nem todos
Podem seguir pela mesma estrada.

Assim se separam amores e amizades,
A gente opta por novas ideias,
E mesmo por novas verdades,
Isso não é falta de personalidade,
É o curso da vida e seu constante devir.

“Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”,
Dizia já o antigo filósofo.
É tão contentador quando há reencontros
Como é desolador admitir que alguns não voltam mais,
Viver é isso, é aprender a encarar despedidas,
É agradecer pelos encontros e reencontros.

No fim do fim, por trás do véu da morte,
Esperamos ainda um último reencontro,
Reencontrar e refazer aquilo que passamos
A vida inteira tentando completar e não fizemos.
Como a esperança é dona de si, dá-se a quem quiser,
Façamos hoje o que amanhã possa ser motivo de prantos.
Eis o desafio: Seguir pelo caminho que escolhes!


Conceição de Ipanema, 30/12/2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O latim está vivo


O USO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA LATINA


Para as pessoas como eu que gostam da língua latina, indico duas bandas que fazem uso desta língua em suas letras: E Nomine e a banda que produziu o CD Lapis Qui Volvitur do produtor Paulo Roberto David de Araújo. Geralmente, esses músicos usam trechos clássicos de latim e nem sempre letras originais. Porém, servem de referências para iniciantes na língua.
Isso prova mais uma vez que o latim não está esquecido. É usado nas publicações oficiais do Vaticano, na liturgia de rito romano e além de ser cultivado por inúmeras associações de latinistas. Quem desejar conhecer os dois projetos, acesse: E Nomine, Rock in Latin.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2012:


 
O VALOR DO TEMPO: MAIS UM ANO, MAIS UMA OPORTUNIDADE

Na maior parte do tempo, estamos inconscientes de nossas ações, não prestamos muita atenção no que fazemos. Por isso, temos o costume de fazer revisões no fim do ano e promessas para um novo ano. Se pensarmos bem, cada novo ano é uma nova e rara oportunidade para nos aperfeiçoar. A vida é tão breve, o sonho é perecível. Não nos resta nada mais a não ser percorrer o caminho observando cada passo. É vivendo bem o instante é que aproveitamos a vida. Que em 2012 sejamos mais felizes! Um feliz ano novo a todos os visitantes deste blog!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Reflexões morais:

 

É IMPORTANTE SABER CONVIVER COM O IMPOSSÍVEL

José Aristides da Silva Gamito



Constantemente nós ouvimos dos discursos religiosos e de auto-ajuda que “tudo é possível”. Tais discursos se configuram como “auto-enganos”, pois a vida é constituída de possibilidades e de impossibilidades. Nem sempre é fácil discernir os limites da possibilidade. Existe o impossível! O homem é limitado diante das forças incomensuráveis da natureza. Mas como então conviver com situações impossíveis?
Na vida é necessário ter em mente que devemos mudar o que pode ser mudado e nos adaptar ao que não pode ser mudado. Pois muita gente sofre pressionada pelos discursos de auto-ajuda. Elas experimentam mudar certas situações e se frustram. Elas se perdem no idealismo e não enxergam a complexidade da vida. A minha ação não é isolada, eu dependo de fatores externos. A interioridade precisa ser suficiente forte para provocar mudanças na exterioridade. Nem tudo que quero, logo consigo.
Presenciamos uma geração muito melindrosa. Principalmente, os mais jovens. Eles têm sido educados sem noção de limites, de impossibilidades. A educação precisa considerar que há impossibilidades na vida sejam morais ou físicas, relativas ou absolutas. Com impossibilidades relativas designo aquelas ações que posso realizar mas não me convêm moralmente. Já impossibilidades absolutas são aquelas limitações impostas pela natureza e que preciso aprender a conviver com elas. Sem essa consciência, abrimos caminho para a frustração, para a depressão.
É preciso até mesmo dizer às pessoas de fé que há impossibilidades. A fé promete o impossível! Então, é preciso saber identificar essas situações. Porque muita gente espera que a natureza dê saltos, que ela se curve à vontade humana. Não podemos arremessar o potencial humano de transformação, de superação num emaranhado de ilusões.
Por outro lado, a gente deve alertar que tomar a consciência da impossibilidade não significa gerar um discurso comodista. Há pessoas pessimistas e acomodadas que dizem: “Isso é assim mesmo! Não tem jeito.” Esse seria o extremo negativo do que estamos comentando aqui. Portanto, é ilusório embarcar num discurso de que tudo é possível ilimitadamente assim como o é achar que a vida é assim e tem de aceitar tudo que nos é imposto. A busca do equilíbrio sempre faz bem nessas situações. Por fim, consideremos que a vida tem sempre dois lados ou mais. Discursos monotéticos conduzem a erros absurdos que levam pessoas à infelicidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cultura:


 
A EXCELÊNCIA DA CULTURA JUDAICA E A INVEJA HISTÓRICA MANIFESTADA POR OUTROS POVOS

Sem dúvida, a cultura judaica é uma das mais excelentes das culturas milenares. Os grandes cientistas e intelectuais da história eram judeus. Os três homens mais influentes da história eram judeus: Jesus, Marx e Freud. Jesus influenciou o comportamento de milhares de pessoas com sua moral, Marx pôs em movimento uma revolução política, Freud descobriu a dimensão inconsciente da mente humana. Assim, centenas de outras personalidades de influência são judias.
O que é mais irônico é que os cristãos antissemitas eram seguidores de um judeu, Jesus. Durante a Inquisição, os judeus eram acusados de deicidas, mas no fundo a causa do antissemitismo parece ser uma inveja que os outros povos sempre tiveram dos judeus. A educação judaica prima pela tradição, pelo método e pela erudição. Como resultado dessa educação, temos homens e mulheres empreendedores, determinados e cultos. Essa excelência da cultura judaica parece causar inveja na sociedade.
Desde a Inquisição até o Holocausto milhões de judeus foram mortos. Simplesmente vítimas de uma intolerância político-religiosa. Nenhum outro povoado foi perseguido assim na história. O cristianismo, em grande parte, foi o responsável por gerar a ideologia do antissemitismo. O que é revoltante é ver que depois do inferno do nazismo ainda existem jovens de mentes doentias que se afirmam “neo-nazistas”.
Para finalizar segue uma listas pessoas que revolucionaram que eram judeus fato que prova a excelência da educação e da cultura judaica: Jesus de Nazaré, Karl Marx, Sigmund Freud, Albert Einstein, Josef Breuer, Ludwig Wittgenstein, Karl Popper, Hannah Arendt, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Hans Jonas, Franz Kafka, Viktor Frankl, Noam Chomsky, Hans Krebs, Jacques Derrida,  Claude Lévi-Strauss, Edgar Morin e outros.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Poesia III

OCASIÃO RARA


José Aristides da Silva Gamito

Há gente confundindo euforia de uma tarde
Com amizade de uma vida inteira,
Sei que está raro um amigo de verdade,
Mas nem por isso confundiremos empolgação
Com cumplicidade e entrega até a cruz.

Amizades não nascem assim,
Só paixões resolvem um ano em um dia,
Amor, amizade, todos são morosos,
Mesmo aquilo que é sólido se dissolve no ar,
Imagine as emoções de instante!

Fast food, fast life, não há!
Uma bela paisagem se esculpe
Num milênio de atividade sem parar,
O ser se dá por etapas penosas,
Só o nada se faz num piscar de olhos!

Poesia II

REVISITANDO SONHOS


José Aristides da Silva Gamito

Preciso revisitar um antigo sonho,
Este já povoou a minha tenra juventude
Estimulou-me a pensar numa realizável utopia,
E me deixou repleto de humana atitude.

Quero falar do sonho de Zamenhof
Que também se tornou o meu desejo,
A vontade de ver o mundo rompendo
Barreiras lingüísticas e humanas
Para se tornar uma comunidade global.


Simplesmente Esperanto!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Poesia I


VÉU DE ILUSÕES

José Aristides da Silva Gamito


Espero em cada estação estar mais maduro,
E sem chance para me encantar com velhas ilusões,
Pois há um tempo em que tudo parece obscuro,
Mas a gente aprende a ver além dos montes.

Quando a gente amadurece, vê mais nítido
Como era ridículo querendo ser absoluto,
Achando que tinha razão em tudo,
Hoje, diante de algumas questões fico mudo.

Saber silenciar é tão sábio quanto
Expressar-se no tempo certo,
A gente aprende de modo esperado
E passa a ver o que antes não poderia enxergar.

O instante é véu das ilusões,
Somente a distância ajuda a transparecer
A verdade de nossas decisões,
Quando se percebe que não dá pra voltar,
O jeito é se reinventar e prosseguir...

sábado, 10 de setembro de 2011

Filosofias


TÓPICOS ESPECIAIS EM FILOSOFIA[1]

José Aristides da Silva Gamito

I - Filosofia da Mente
II - Filosofia da Educação
III - Filosofia Política

Introdução

            Abordaremos nesta conferência três importantes subdivisões da Filosofia: Mente, educação e política. Partiremos dos estudos sobre a mente de um ponto de vista filosófico para depois nos determos nos fundamentos da educação e da política dentro da filosofia.

I - Filosofia da Mente
A filosofia da mente é um ramo da filosofia que estuda a natureza da mente, os estados, funções e propriedades mentais, a consciência e suas relações com o corpo físico, principalmente com o cérebro. Neste sentido, seu estudo envolve o modo de ser da mente, a consciência, o autoconhecimento, a percepção, a introspecção.
            As principais questões propostas pela filosofia da mente são:

ü  Qual a relação entre mente e corpo?
ü  A mente é uma entidade física?
ü  É possível verbalizar os estados mentais?

Dentro dos problemas abordados por esta subdivisão da filosofia sobressai-se a relação entre mente e corpo. Há duas tendências na tentativa de resolução do problema: Monismo e dualismo. Na antiguidade, Platão e Aristóteles são os primeiros representantes do dualismo. Mas é o filósofo Descartes quem irá formular com precisão esta distinção entre corpo e mente.

O problema mente-cérebro
O termo mente
Etimologicamente, mens, mentis significa “pensar, conhecer, entender”. Os gregos a chamavam de nous, noos com o sentido de “intelecto, entendimento”. E também psyché. As palavras alma, espírito, mente não se reduzem a cérebro, mas foram na história usadas para designar estados mentais. Termos usados: Mens, nous, pneuma, ruah, nephesh.

Dualismo
            Platão defende um dualismo explícito que chega a argumentar em favor da transmigração da alma e afirma a existência da alma. As coisas são cópias de uma realidade pré-existente. Já Aristóteles postula um pneuma, presentes nos seres vivos que não é contraposto ao mundo material e corporal. Em toda Idade Média, o dualismo foi predominante. Descartes utiliza as expressões res cogitans e res extensa para falar sobre a mente e o corpo. O pensamento é diferente do corpo. O dualismo pode ser sustentado de dois modos. Pode-se considerar que a mente é uma substância independente. Ou que é um conjunto de propriedades distintas do cérebro, que não podem reduzidas ao cérebro, mas que não constituem uma substância independente.

Monismo
O monismo é a vertente que sustenta que corpo e mente não são entidades ontologicamente distintas. Existem filósofos defensores desta solução para o problema mente-corpo: Parmênides (século V a. C.) e Spinoza (século XVII). Os fisicistas sustentam que somente existe aquilo que é físico. Neste caso, a mente é reduzida a uma entidade física. Já os idealistas julgam que a mente é tudo que existe e que o mundo externo é uma ilusão criada por ela. Dentre o fisicismo está o behaviorismo.

O dualismo cristão
Na perspectiva bíblica cristã, corpo, alma e espírito constituem a totalidade que é o ser humano (1 Ts 5,28). Na compreensão judaica também, corpo (feito de barro), alma (vida) e espírito (sopro divino, imortal) são constitutivos de um mesmo todo. Apesar de haver mais tarde na história do cristianismo um dualismo acirrado.

II - Filosofia da Educação
            Toda concepção de educação implica necessariamente uma concepção de homem. Acompanharemos, a seguir, a visão dos principais pensadores sobre a formação do homem.

Sócrates
            O método de educação de Sócrates não pode ser pensado separadamente de seu método de filosofar: A maiêutica. Os fins de sua visão educacional são éticos. O homem almejado por esse modelo de educação é aquele disposto para a justiça, para o amor e para a virtude. A ignorância é a causa dos vícios e de todos os males.  O homem é definido pelo seu intelecto.
            A metodologia socrática supõe que todos já possuem em sua alma o saber. A função do mestre é provocar o parto de ideias.

Platão
            A visão de educação em Platão exige primeiramente um exame da teoria das formas. O mundo sensível é apenas um aspecto do mundo real. O conhecimento se dá pelo contato repetido com um objeto até formamos uma ideia geral do que ele é. A ignorância é um esquecimento, quem procura agora saber, em um determinado tempo, soube. Platão chama este fenômeno de anamnese.

Aristóteles
            Este filósofo procurou entender o funcionamento do raciocínio como base do processo cognitivo. Através da classificação das ciências, o pensador abrange o pensar, o agir e o fazer. Sua visão educacional quer atingir o homem como um todo. O conhecimento deve ser buscado pela inteligência.

Baruch Spinoza
            Spinoza é importante para a discussão em torno da educação por privilegiar a singularidade humana. O homem possui um desejo de conservar a si mesmo como singular. Os afetos são os modos de pensar as coisas.

Immanuel Kant
            A liberdade e a moralidade são as fundadoras da educação. A finalidade da educação é justamente a consecução da liberdade por meio da universalização do saber. Educar a razão é adquirir autonomia.

Georg Friedrich Hegel
            Hegel foca seu pensamento no absoluto. Para ele, portanto, educar o homem é ordená-lo, discipliná-lo segundo a razão. Este ordenamento acontece dentro da sociedade.

Karl Marx
            Marx pensa a educação como parte da superestrutura e que foi por muito usada como forma de controle social pelas classes dominantes. Na sua visão a educação deveria ser igualitária. Educar o homem seria fazê-lo consciente de sua classe.

III - Filosofia Política
                        Primeiramente, devemos lembrar que filosofia política é a disciplina filosófica na qual se discute como a sociedade deve estar organizada. Há duas tendências nas concepções políticas: Realista e utópica.
            Há muitos preconceitos em relação à política. “Arendt estabelece duas categorias de preconceitos contra a política: no âmbito internacional – o medo de um governo mundial totalitário e violento; no âmbito local ou interno – a política é reduzida a interesses mesquinhos, particularistas e à corrupção.”
                        Para se compreender a política, Francis propõe-nos a imaginar como seríamos sem ela. Ainda segundo Wolff (2003), a vida humana pode acontecer a partir das três possibilidades que se seguem:
a)      Em comunidade, organizada pela existência de uma instância externa à sociedade (o Estado, por exemplo), cuja função seria a efetivação e a manutenção da unidade da sociedade. A política, neste caso, seria coercitiva e o poder estaria localizado fora da sociedade, mas agindo sobre ela.
b)      Isolada, como a maioria dos animais, talvez em pequenos grupos ou famílias. Essa condição seria praticamente impossível.
c)      Em comunidade, mas sem a necessidade da política. A vida transcorreria em harmonia, sem diferenças, sem conflitos, nem confrontos, sem a necessidade de leis ou limites.
Segundo Wolff apenas 2 sociedades conseguiriam viver o ideal da política: A sociedade ateniense e os índios brasileiros.

O modelo ateniense
            Os atenienses desenvolveram a noção de esfera pública com o começo da democracia. Nas reformas de Sólon e de Clístenes, consolida-se uma forma de governo com a representação da vontade do povo: O conselho (boulé) era composto por 500 representantes das classes existentes e subdividido em 10 comissões (pritanias) de 50 membros. Ele recolhia as propostas de leis a serem votadas na ekklesía.

O modelo indígena
            Os europeus afirmavam sobre os índios: “Os indígenas não têm política, não têm Estado, não têm leis – espantavam-se os colonizadores.” E mais, eram “sociedades sem escrita; sem Estado; sem mercado e sem história.” Em grupos como os tupis-guaranis, funcionava um tipo de autogoverno.
            O chefe indígena tinha função de árbitro, de conciliador.  Ele precisava usar a retórica para manter a ordem só que seu discurso se baseava no passado.

O modelo maquiavélico
            Maquiavel chocou porque abordou o tema da política considerando o lado egoísta do ser humano. A sua intenção é dar instruções práticas em “O Príncipe”. O pensador desenvolve um estudo sobre o poder e na sua definição ele é entendido como “como correlação de forças, fundada no antagonismo que se estabelece em função dos desejos de comando e opressão, por um lado, e liberdade, por outro, pelos quais se formam as relações sociais.”
            Existia uma ética própria para política. Algumas atitudes e valores individuais têm pesos diferentes para atitude do monarca, pois ele tem de pensar em seus súditos.  Por exemplo, a generosidade excessiva pode arruinar as finanças do Estado. A sobriedade garantiria gestos de nobreza do governante.
“O agir pressupõe a compreensão da natureza humana, assim entendida por Maquiavel: os homens buscam quem lhes proporcione vantagens, melhorias.”

REFERÊNCIAS

MASLIN, Keith. An introduction of philosophy of mind.  Cambrige: MPG Books Ltd., 2001.

TEXEIRA, João de Fernandes. O que é filosofia da mente. Editora Brasiliense, 1994.

VV. Filosofia. Curitiba: SEED-PR, 2006.


[1] Aulas de Filosofia ministradas no bacharelado de Filosofia Organizacional do Instituto de Educação Superior do Espírito Santo (IESES)/Faculdade de Ciências da Bahia (FACIBA), polo de Caratinga, 2011.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Arte & Cultura


O “CIRCUITO CULTURAL ARTE ENTRE POVOS” INCLUIRÁ CONCEIÇÃO DE IPANEMA EM SEU CRONOGRAMA


Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, os artistas do Circuito Cultural Arte entre os Povos estarão em Conceição de Ipanema. A equipe trará as oficinas “Arte de Ler”, “África” e “Artes Plásticas”. Dentre as diversas atrações está previsto o show do cantor cubano Reinier Valdés. A Escola Estadual Governador Juscelino Kubitschek e a Secretaria Municipal de Educação formaram uma parceria para divulgar e oferecer a infraestrutura básica para a realização do evento.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Poetizando:


MISTÉRIO DO TEMPO

José Aristides da Silva Gamito

Relembrar é protestar contra a fugacidade do tempo,
Seja bom, seja ruim, vale sempre recordar.
Saudade é um desejo de repovoar velhos cenários,
Fotos, recordações, tudo pede um revisitar.

Cartas, muros, árvores são registros do que foi,
Mas o passado não pode ser prescindido do agora,
Coisas do passado molduram o nosso presente,
Tudo que passa, vem à tona uma hora.

Lembrança e saudade andam de mãos de dadas,
As provas cabais de nossa mortalidade,
Sinal de que tudo se esvai e se relativiza,
De que o absoluto humano com o nada faz divisa.

Por isso, enquanto eu tiver o hálito da vida,
Vou revisitar minhas antigas lembranças
E a cada dia vou lutar para realizar ações
Que valham à pena outro dia recordar!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Boa recordação:


TEMPO PARA UMA BOA MÚSICA
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Com as devidas licenças, reproduzo no meu blog uma canção do padre, cantor e compositor José Adriano (foto), residente em Ferros, MG. Esta música que ele cantava nos tempos de seminário marcou a vida de muitos colegas.
SAMBA DE AMIGO
Adriano José Barbosa

Eu quero falar pra você, amigo
Que a vida da gente parece um trem
Sai sozinho da estação e vai enchendo vagão
E no final chega sem ninguém.

Assim, aconteceu comigo:
Eu acreditava no amor
Sonhava em ser rodeado de amigos
Como um jardim sempre cheio de flor.
O tempo passou e eu fiquei esquecido
Na minha estação a mudança chegou.
As flores que na primavera nasceram
O frio do inverno tudo secou.

Mas resta-me uma esperança na vida
De você meu amigo não me abandonar
Quando a tristeza chegar me convida
Pra gente, da primavera, lembrar
Eu quero me oferecer neste instante
A despedida é sempre cruel
Quero que conte sempre comigo
Contigo, eu passo do inferno ao céu.

Eu quero falar pra você, amigo
Que a vida da gente parece um trem
Na trilha do coração sempre tem mais um vagão
E não vai ficar sem ninguém.
Preste bastante atenção nos versos desta canção
Seguem o compasso do coração.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Artigo:

AUTODESTRUIÇÃO E HETERODESTRUIÇÃO NOS CASOS DE AMY WINEHOUSE E ANDERS BREIVIK: O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS NOSSOS JOVENS?

José Aristides da Silva Gamito*

Recentemente dois casos trágicos envolvendo jovens chocaram a mídia mundial. A morte precoce de jovens e as atitudes de violência contra pessoas inocentes nos alertam para um triste fenômeno que ronda as novas gerações.  Amy Winehouse é o exemplo de que o jovem no mundo contemporâneo tem dificuldade de lidar com as escolhas. A pressão da sociedade capitalista, a necessidade do amadurecimento precoce, tudo isso leva à perda do sentido da existência. E muitos se refugiam nas ilusões modernas como as drogas, por exemplo. É um lamentável comportamento que se observa em nossas novas gerações, a autodestruição dos jovens.
Por outro lado, temos um exemplo de heterodestruição na pessoa de Anders Breivik, autor do atentado de 22 de julho, na Noruega. No pós-guerra, houve muitos esforços para a superação do totalitarismo, milhares de jovens defenderam a paz. Atualmente, parece ressurgir um certo extremismo político entre os mais moços. A rejeição dos imigrantes na Europa é um desses fortes motivos. A dificuldade em conviver com o pluralismo advém, certamente, da vida individualista imposta pela sociedade do capitalismo. São situações que não estão distantes da nossa realidade, basta relembrar o Massacre de Realengo.
É difícil admitir que atitudes neonazistas ressurjam no meio de pessoas esclarecidas. As agressões às minorias marginalizadas se tornaram hobby dos pitboys. Atravessamos uma fase difícil – um processo de desumanização. E a causa parece estar na educação que os novos modelos de família dão a seus filhos. Precisamos livrar nossos jovens desta encruzilhada de apenas duas vias: Ou autodestruição, ou heterodestruição.
Nos dois casos supracitados, nós podemos perceber duas atitudes que os pais precisam ensinar aos filhos com urgência: A abertura ao outro “totalmente outro” e a liberdade dentro da responsabilidade. Sem aprender a lidar com escolhas não é possível ter uma vida madura e lúcida. Sem aprender a nos abrir ao outro nós cairemos no fanatismo, na ilusão de uma única e absoluta verdade. Isso é uma alerta para pais e filhos!

*Bacharel em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e do Ensino Superior. Atual Secretário Municipal de Educação de Conceição de Ipanema.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Filosofia e Política:

ÉTICA, POLÍTICA E LEGISLAÇÃO:
 DISTANCIAMENTOS E APROXIMAÇÕES

José Aristides da Silva Gamito*

FONTE: Blog Tábula Política

O funcionamento do Estado depende da harmonia do trinômio: Ética, política e legislação. Seria bom que a política fosse ética e que a lei também o fosse. Do mesmo modo que a política deveria respeitar a lei. Poderíamos dizer também que é ético obedecer às leis. Porém, quando uma legislação é criada para agredir a liberdade humana, a nossa postura tende a ser outra. Já sabemos que nem sempre o que é legal, é ético. A história nos ensinou isso de diversas maneiras.
A escravidão dos negros no Brasil, por exemplo, já foi protegia pela lei. E para as pessoas da época a atitude era considerada moral. O espaço, o tempo e as circunstâncias influenciam bastante nossa visão de moralidade. A política parece mais flexível nesse aspecto. Muitos comportamentos e valores cultuados pelos políticos são justificados em razão da segurança ou do bem-estar do Estado, mas nem sempre são éticos.
Seria ético o Estado forçar por meios legais o cidadão a realizar alguma atividade? Como conciliar o interesse público e o privado? O voto é obrigatório. Ele deveria ser facultativo, mas se fosse, quantas pessoas votariam? Sem consciência de dever não há como implantar uma democracia totalmente liberal. Ninguém pode querer somente seus direitos. É necessário se situar na justa medida, conforme Aristóteles.
A administração pública muitas vezes não contempla os interesses da população por causa das amarras criadas pelos seus componentes. Enquanto, disputam pelo poder, pelas distribuições de vantagens, a população fica privada de muitos serviços e bens. A política para ser verdadeiramente ética precisaria de uma racionalidade tal que absorvesse as diferenças partidárias. A democracia tem de ser pluralidade de partidos e de ideias, mas unicidade nas ações que visam beneficiar as pessoas.
E para finalizar, ético na concepção do filósofo Mário Cortella, é a combinação entre querer, poder, dever. Uma atitude ética é aquela que realizo dentro desta perspectiva: O que eu quero, eu posso e eu devo. Aquilo que eu quero e tenho o poder de realizar, mas não devo, e portanto, realizo, é anti-ético.

*Bacharel em Filosofia e pós-graduado em Docência do Ensino Básico e do Superior.