sexta-feira, 24 de junho de 2011

Política:


COMO SITUAR UM ESTADO NA JUSTA MEDIDA ENTRE
A DEMOCRACIA E O TOTALITARISMO?

José Aristides da Silva Gamito*

O filósofo Aristóteles situava a virtude na justa medida entre dois extremos. Acredito que o Estado também precisa se definir e procurar um ponto de equilíbrio. A sociedade brasileira agradece por não viver mais dentro de uma ditadura, mas se revela imatura para a vida democrática. As últimas discussões em nível nacional demonstram isso: A criminalização da homofobia, documentos secretos, a laicidade do Estado.
A laicidade do Estado ainda é um desafio para o Brasil. O modo como é tratada a Educação Religiosa nas escolas é um exemplo disso. Ainda não se atingiu a consciência da pluralidade religiosa. O Estado ainda permite que muitas Igrejas usem o espaço para o proselitismo. A oportunidade deveria ser utilizada para criar uma atitude de tolerância e de abertura ao diálogo inter-religioso.
O uso de símbolos religiosos em repartições públicas bem como o grande número de feriados de origem católica são costumes que devem ser revistos. A neutralidade religiosa por parte do Estado dentro de uma democracia é uma atitude indispensável.
Em Brasília, existem muitos deputados defendendo interesses de Igrejas. Eles votam projetos e fazem campanhas em nome de uma moral cristã mal fundamentada em princípios totalmente particulares e não se situam dentro de uma mentalidade que possa tornar possível o bem comum. As organizações religiosas precisam conversar mais em termos de uma ética mais universal. A questão da criminalização da homofobia está sendo tratada com base em preceitos religiosos. Dentro do Estado laico não é possível discutir questões de direitos da pessoa baseado em princípios morais particulares.
Neste ponto entra a questão do equilíbrio entre democracia e totalitarismo. O Estado não tem o direito de nivelar as crenças e interesses dos cidadãos. E nem assimilar todo modismo de modo obrigatório. O risco que se corre é achar que tudo é aceitável em nome da democracia. É igualmente incorreta tanta a ditadura da maioria quanto da minoria.
Portanto, o Estado deveria se situar dentro de uma democracia genuína que não se confundisse com uma liberalidade sem contornos e sem princípios. Mas que quando fosse podar alguma direito, que respeitasse o direito das pessoas e não caísse na arbitrariedade. A democracia brasileira precisa se situar na justa medida de Aristóteles popularmente sintetizada na expressão “nem tanto ao mar, nem tanto a terra”.

*Bacharel em Filosofia e pós-graduado em Docência do Ensino Básico e Superior

quinta-feira, 16 de junho de 2011


HISTÓRIA DA FILOSOFIA NO BRASIL

QUADRO CRONOLÓGICO
PERÍODO
FILOSOFIA
PENSADORES
SÍNTESE


Século XVI
ao XVIII


Segunda Escolástica Portuguesa
Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes, Antônio Vieira.
A filosofia foi introduzida no Brasil pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda.  Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo tomismo.




1772
 a 1830



Empirismo mitigado
Luiz Antônio Verney, Silvestre Pinheiro Ferreira. Marquês de Pombal (Patrocinador das reformas educacionais que possibilitaram a adoção do empirismo).
Com as reformas do Marquês de Pombal surgiu o empirismo mitigado que era caracterizado por uma visão cientificista. Silvestre Pinheiro Ferreira introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo.





1818
 a 1830




Kantismo e krausismo
Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Antônio Ildefonso Ferreira, Diogo Antônio Feijó, Vicente Ferrer Neto Paiva.
A entrada da filosofia kantiana no Brasil se deu pela primeira vez através de Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) que ministrou aulas sobre Kant em São Paulo. Já o krausismo entrou por meio de Neto Paiva e pretendia a superação do empirismo e defendia o liberalismo moderado. Salientava a participação do espírito no processo cognitivo. No Brasil, tentou se eliminar o sensualismo.


1850
 a 1880

Ecletismo espiritualista
Eduardo Ferreira França, Domingo Gonçalves de Magalhães.
Os ecléticos procuraram dar uma resposta espiritualista ao problema do homem e da liberdade. Eles retomaram o aspecto espiritual negligenciado pelo empirismo.


1840
 a 1870


Tradicionalismo
Romualdo Antônio de Seixas, de Antônio Rangel Torres Bandeira, Pedro Autran da Mata Albuquerque, Braz Florentino Henrique de Souza
Romualdo, arcebispo da Bahia, na década de 40, passou a combater o ecletismo. Propunha o tradicionalismo e defendia a monarquia constitucional. O religioso editou o “Compêndio de Filosofia Elementar”.

1870

Surto de novas ideias
Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Pereira Barreto, Tobias Barreto, Sílvio Romero, Clóvis Bevilacqua, Artur Orlando, Fausto Cardoso.
Na década de 70 do século XIX, houve segundo Sílvio Romero um “surto de novas ideias”. Com as transformações sociais e políticas dentro do Império passa predominar no país o espírito crítico.


1870
 a 1930



Positivismo
Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Lins, Júlio de Castilhos, Benjamin Constant Botelho de Magalhães.
O positivismo prima pelo cientificismo que se caracteriza como um movimento de exaltação da ciência e de apresentação da mesma à sociedade como indispensável. Então, a idéia de ciência é aplicada a todas as esferas da vida.



1860
 a 1914



Escola de Recife
Tobias Barreto, Sílvio Romero, Artur Orlando.
A Escola de Recife foi iniciada por Tobias Barreto na década de 60 do século XIX. Propõe-se a combater o positivismo, entende a filosofia no sentido neo-kantiano como crítica da ciência. A escola desenvolve o culturalismo, ou seja, a criação humana é vista como objeto filosófico.


1893
a 1923


Castilhismo
Júlio de Castilho, Borges de Medeiros.
Esta teoria política propõe que o poder legislativo não seja autônomo, as leis são elaboradas pelo executivo. A presidência tem direito à reeleição, prima-se por um autoritarismo republicano. A origem do poder é o saber.

1930

Marxismo
Leônidas de Rezende, Hermes Lima, Edgardo de Castro Rabelo, Caio Prado Júnior.
O marxismo teve dois segmentos: O acadêmico e o político. Este foi representado por Caio Prado Júnior.



1930
a 60



Surto tomista
Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima, Leonardo Van Acker.
Nesta fase, vários pensadores brasileiros faz conciliações do tomismo com outras filosofias: Alvino Moser (existencialismo), Antônio Joaquim Severino (fenomenologia), Evaldo Pauli (kantismo) e Ireneu Penna (maritainismo). 



A partir da década de 40


Culturalismo
Alcides Bezerra, Djacir Menezes, Miguel Reale.
É uma das mais importantes correntes filosóficas do século XX. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Esta corrente quebrou o cientificismo vigente no país e centrou seu pensamento sobre o homem e na sua criação (cultura).

A partir
Da década de 60

Socialismo e Projeto imanentista da libertação
Henrique Cláudio de Lima Vaz, Leonardo Boff e Paulo Freire.
A característica desses pensadores é a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e teológica. Próximo a esse grupo destaca-se o marxista Caio Prado Júnior.




Referência bibliográfica:
PAIM, Antônio. A filosofia Brasileira. 1ª edição. Maia: Gráfica Maiadouro, 1991.

Filosofia:


HISTÓRIA DA FILOSOFIA NO BRASIL[1]

José Aristides da Silva Gamito[2]

1.    A LEGITIMIDADE DE UMA FILOSOFIA NACIONAL

Geralmente, há uma desconfiança em relação à filosofia no Brasil. Muitos questionam se temos uma filosofia original ou é simplesmente reprodução do pensamento europeu. Podemos encontrar três posturas: A) negativa, por exemplo, Carlos Bevilacqua dizia que o brasileiro é sentimental e mais afeito à poesia; Gonzalez Ochoa defende que temos mentalidade de colonizados; b) positiva, segundo Roberto Gomes temos uma filosofia nacional apenas nossos problemas são diferentes do europeu, Alberto Palacios considera que depois da II Guerra Mundial tal originalidade se tornou possível. C) Uma terceira posição é a de Miguel Reale, Antônio Paim e Washington Vita. Segundo eles temos uma filosofia brasileira, porém, não é desvinculada da tradição ocidental.

2.    PERÍODO COLONIAL

Segunda Escolástica Portuguesa e o “saber de salvação”
A filosofia foi introduzida no Brasil pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda.  Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo tomismo. A educação brasileira se desenvolve sob a égide da Ratio Studiorum (Plano de Estudos). O método de estudo elaborado pelos jesuítas com 467 regras que estabeleciam que em termos de filosofia deveria ser ensinado Aristóteles, e no caso da teologia, a exclusividade era de Tomás de Aquino. Além disso, a filosofia estava subordinada à teologia.
Neste período, Portugal se fechou ao pensamento moderno constituindo assim a Segunda Escolástica Portuguesa, que vai do século XV ao século XVIII. As reformas propostas por Pedro Fonseca (1528-1597) e Francisco Suárez foram abandonadas. Essas seriam importantes para a abertura ao pensamento moderno.
O desenvolvimento da filosofia no Brasil encontrou dificuldades. Havia carência de universidades, de publicação de livros e, além disso, o pensamento predominante se voltava exclusivamente para o moral e para as realidades espirituais. Como curso superior era ensinado somente teologia. A produção bibliográfica até o século XVIII não passava de 200 obras. A maioria era de cunho místico e homilético.
O pensamento predominante desse período é chamado saber de salvação. Todo esforço em torno de filosofia visava as realidades ultra-históricas. A superioridade da teologia sempre se fazia presente. As obras geralmente eram morais e versavam sobre a salvação do homem. Os representantes foram Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes. Destaca-se a obra de Nuno Marques Pereira (1652-1735) intitulada de “Peregrino da América” que faz transparecer uma visão negativa do homem e do mundo como ocasião de pecado. Escreveram neste sentido também Feliciano Joaquim de Souza Marques (1730-1808) e Gaspar da Madre de Deus (1715-1800).

Nuno Marques Pereira: Um representante do “saber de salvação”
Nuno Marques Pereira é o típico filósofo do chamado “saber de salvação”.  A filosofia em sua concepção está submissa à teologia. Ela define filosofia como a porta de todas as faculdades. Mas a melhor filosofia é aquela que ajudar a compreender as Escrituras. Ele subdivide a tarefa filosófica em 4 etapas: 1ª  É a definição da matéria, do assunto; 2ª É a justificação do problema, levantamento das razões; 3ª É a demonstração do problema; 4ª Definição de sua veracidade ou falsidade. O método de discussão que Nuno apresenta em sua obra “Compêndio narrativo do peregrino da América” é a asserção de uma verdade seguida da citação de exemplos e testemunhos de autoridades como personagens bíblicas ou santos.
Em sua concepção filosófica, a morar é superior à dialética. Portanto, o saber válido é aquele que auxiliar o homem te uma vida virtuosa e merecedora da salvação. A utilidade do conhecimento é a prática da justiça. Por causa desta função moralizada reservada ao conhecimento, Nuno desconfia do valor da ciência “... é vereda perigosa a ciência, se a fé e a humildade não guiam seus passos” (PEREIRA apud PAIM,).
A antropologia de Nuno é estritamente cristã. A importância reside na alma. Ao homem são reservados 5 dotes de glória: 1ª Claridade; 2ª Sutileza; 3ª Impassibilidade; 4ª Agilidade.
A sua moral se insere dentro do contexto da Contra-reforma. E se sustenta sobre as principais idéias a seguir: 1. O homem está na terra por simples castigo; 2. A condição de peregrino destina-se a fixar o lugar na vida eterna - A atenção deve estar sempre voltada para o Além; 3. Desprezo pela condição humana; 4. Condenação da riqueza – O maior bem é a salvação; 5. A categorização da pobreza como virtude – Devemos desprezar o supérfluo e desnecessário.
No “Compêndio narrativo do peregrino da América”, o homem é descrito como um caminhante. Ele vive cercado de mudanças e transitoriedades. A brevidade da vida é justamente para que o homem não se perca pelo fascínio das riquezas e perceba que o prazer não compensa visto que é fugaz.
Os grandes inimigos do homem são o mundo, o demônio e a carne. Nuno exalta a castidade. O homem não pode confiar em si mesmo, a carne é ardilosa. O corpo é chamado de “miserável carne” assim como o homem é o “vil bicho”. Há também uma desconfiança de toma forma de prazer, principalmente do prazer sexual. A virgindade e a continência são virtudes louváveis para o pensador.
Nuno condena explicitamente a luxúria. Ele apresenta o tradicional esquema dos sete vícios capitais. Além disso, recomenda 6 virtudes: Piedade de religião, estimulação da justiça, prudência, fortaleza, magnanimidade e temperança. E ensina o homem virtuoso a fugir das falsas opiniões, das más companhias, ser coerente e procurar conhecer e realizar boas obras. A recompensa para a vivência da virtude é o céu.

Reforma de Pombal e o empirismo mitigado
Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, rompeu com a Escolástica e admitiu a entrada da ciência nos meios acadêmicos de Portugal. A reação anti-escolástica começou com Luiz Antônio Verney (1713-1792) pelo texto “Verdadeiro método de estudar” sob influência iluminista. O empirismo entrou em Portugal através da Reforma de 1772. Porém, é a vertente que foi chamada de empirismo mitigado. Ela condena a metafísica tradicional e privilegia o conhecimento experimental. Tomás Antônio Gonzaga ao escrever o “Tratado de Direito Natural” se acha influenciado por essas novas ideias.
Essas mudanças chegaram ao Brasil em 1810 com a corte real. O Seminário de Olinda e a Real Academia Militar foram as primeiras instituições de ensino a adotarem essa nova pedagogia. A ciência passou a ser entendida como promotora da riqueza do Estado. No plano da moral, continuou a predominar o tradicionalismo. Destaca-se como o introdutor do empirismo no Brasil Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846), adepto do liberalismo político.

Silvestre Pinheiro Ferreira
Silvestre Pinheiro Ferreira introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo. De origem portuguesa, veio para o Brasil em 1810 junto com a família real. Durante os anos de 1813 e 1820 ministrou aulas de filosofia no Rio de Janeiro. Essas aulas foram publicadas com o título de “Preleções Filosóficas”. As principais ideias nela contidas são a admissão da experiência sensível como fundamento, a unidade do conhecimento, a filosofia é tida como asseguradora do êxito da aquisição do conhecimento e desenvolve uma correspondência entre linguagem e realidade.
A teoria do conhecimento de Silvestre é de base empirista, mas interpreta a linguagem em termos aristotélicos. Neste sentido, ele concilia Aristóteles e Locke. A sensibilidade nos põe em contato com as qualidades dos objetos. Ao abstrairmos características comuns, classificamos essas em ordem.
Silvestre elabora uma teoria da linguagem. As figuras representativas dos objetos evoluíram até formar o simbolismo. A linguagem possibilita o conhecimento e este tem base na experiência sensível.
O filósofo reelabora o conceito de substância e a define como um conjunto de qualidades essenciais e acidentais. A influência do empirismo inglês, neste sentido, é marcante. A ciência corrobora e corrige certos supostos da metafísica. O pensamento de Silvestre desvincula a metafísica da física.
Em termos políticos, opta pelo liberalismo e defende a monarquia constitucional. A sua doutrina política influenciou a liderança liberal do Império Brasileiro. Em seu “Manual do cidadão em um governo representativo” defende o sistema representativo e define a política como representação de interesses sociais. A liberdade provém da possibilidade de escolhas. Seu pensamento foi a antessala do ecletismo.

3.    PERÍODO IMPERIAL

Escola Eclética
            Esta corrente inspirou-se no ecletismo de Victor Cousin (1792-1867), de tendência idealista. É uma síntese do sensualismo, do idealismo, do ceticismo e do misticismo. O sensualismo que foi defendido por Condillac (1715-1780) considerava que todo conhecimento e todas ideias vêm dos sentidos.
            O ecletismo espiritualista se difunde nos anos 40 do século XIX. A divulgação inicial se dá por meio da Revista Niteroy. Os dois grandes expoentes são Eduardo Ferreira França (1809-1857) e Domingos Gonçalves de Magalhães (1811-1882)..
            Eduardo Ferreira França em sua obra “Investigações de Psicologia” afirma que a vontade determina a consciência, sem influência dos estímulos externos. O método empregado nesta filosofia é o psicológico. O conhecimento é tratado do ponto de vista da ciência.
            O pensador procura comprovar a existência do espírito. As faculdades intelectuais são formadas sobre os instintos. A vontade constitui o homem como pessoa. A sua filosofia opta pelo indivíduo como uno. O eu se estabelece a partir da vontade e tudo se esclarece pela consciência.
            França tem uma concepção espiritualista do homem. Pela introspecção se chega à constatação da existência do espírito. Há um apreço pelo exercício da liberdade.
            Domingo Gonçalves de Magalhães publicou “Fatos do espírito humano” (1858), “A alma e o cérebro” (1876) e “Comentários e pensamentos” (1880). Segundo este filósofo, nós agimos bem quando estamos em consenso com nossos semelhantes. Para isso ele estuda as categorias da percepção. Espaço, tempo e causa são invariáveis ao contrário dos sentidos que dependem do indivíduo. O juízo sobre os fatos é noção imediata da razão. As sensações não modificam o espírito.
            A sensibilidade pertence ao corpo. Ao espírito, cabe livre atividade. A capacidade de aprender é inata. Magalhães estabelece um vínculo entre corpo e espírito. O saber humano é acreditado como maior do que o obtido pela experiência.  A psicologia colocada como ponto de partida das ciências.
            Desponta um respeito pela dignidade do homem. A moral tem como princípio fundamental a boa vontade. E esta é aquela guiada pela inteligência. O fim do homem é aperfeiçoar-se junto com a humanidade.
            O apogeu da escola compreende da década de 50 a 80. O principal meio de difusão é o Colégio Pedro II. A fundamentação moral é um tema corrente neste período. As atividades desta corrente se encerram por volta de 1876.
            O ecletismo espiritualista foi a primeira corrente estruturada no Brasil. Outros ecléticos secundários são: Salustiano José Pedrosa (-1858) e Antônio Pedro de Figueiredo (1814-1859). Pedro de Figueiredo acreditava que a humanidade trilha a senda do progresso. O pensamento dos ecléticos é marcado pelos termos consciência (idéia de nação) e liberdade (representação política).

Kantismo e krausismo
A entrada da filosofia kantiana no Brasil se deu pela primeira vez através de Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) que ministrou aulas sobre Kant em São Paulo. Em 1818, tem-se notícia do sucesso do kantismo em São Paulo por intermédio de Antônio Ildefonso Ferreira. Esta influência se deu até os fins dos anos 20.
Diogo Antônio Feijó (184-1843) ministrou aulas de Filosofia em Itu entre 1818 e 1821. Redigiu os Cadernos de Filosofia. Ele adotou o conceito de metafísica de Kant. E definiu filosofia como a ciência do pensamento. E faz a distinção entre filosofia dogmática e filosofia crítica.
Feijó discorre sobre uma teoria do conhecimento nos moldes kantianos. A sensibilidade fornece a matéria enquanto o entendimento a forma, versando sobre fenômenos. O conhecimento vem pelos sentidos só que é o entendimento que fornece as leis. O pensador dá ênfase à imaginação no processo cognitivo. A crítica kantiana do conhecimento é comentada na linha do psicologismo. Mas sua filosofia moral permanece a tradicional.
Houve também no país a influência do krausismo. Karl Christian Friedrich Krause (1781-1832) foi um discípulo de Kant com repercussão em Portugal. Ele valorizava a sociedade em detrimento do Estado. O krausismo entrou no Brasil por meio de Vicente Ferrer Neto Paiva, em São Paulo, na Faculdade de Direito que ficou alheia ao ecletismo reinante em quase todo o país.
A corrente pretendia a superação do empirismo e defendia o liberalismo moderado. Salientava a participação do espírito no processo cognitivo. No Brasil, tentou se eliminar o sensualismo.

Tradicionalismo
Romualdo Antônio de Seixas (1787-1860), natural do Pará, foi arcebispo da Bahia. Na década de 40, passou a combater o ecletismo. Propunha o tradicionalismo e defendia a monarquia constitucional. O religioso editou o “Compêndio de Filosofia Elementar”. Neste texto, aparece a ideia de que a revelação é fonte do conhecimento e a defesa da existência alma.
A sua intervenção teve sucesso na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão. Em Pernambuco, houve a adesão de Antônio Rangel Torres Bandeira, Pedro Autran da Mata Albuquerque, Braz Florentino Henrique de Souza. O bispo Manoel Joaquim Silveira aderiu no Maranhão. Muitos jornais foram editados. O movimento durou até a década de 70 e combateu também o positivismo e outras correntes.

SURTO DE NOVAS IDEIAS
Na década de 70 do século XIX, houve segundo Sílvio Romero um “surto de novas ideias”. Com as transformações sociais e políticas dentro do Império passa predominar no país o espírito crítico. Entram em ação o positivismo e o darwinismo. Surge o comtismo através de Miguel Lemos, Teixeira Mendes e Pereira Barreto.
Acontecem reformas no sistema educacional. O ecletismo espiritualista cai em descrédito. Acontece um segundo krausismo. Em São Paulo, promove-se o liberalismo social. O segundo krausismo ocorreu na década de 70. E teve a adesão de João Teodoro Xavier e Galvão Bueno. Neste período, sobressai o panenteísmo de Krause. Esta filosofia comporta-se em si um otimismo sobre o destino do homem. João Teodoro defende também questões sociais.
As novas idéias que surgem na época são: a opção pelo sistema representativo, a predominância do cientifismo e o autoritarismo. A Escola de Recife se sobressai dentre esses novos movimentos reagindo contra o cientificismo. 
 
Escola de Recife
A Escola de Recife foi iniciada por Tobias Barreto na década de 60 do século XIX. Propõe-se a combater o positivismo, entende a filosofia no sentido neo-kantiano como crítica da ciência. A escola desenvolve o culturalismo, ou seja, a criação humana é vista como objeto filosófico. A escola se desenvolveu em quatro fases.
1ª fase – Foi caracterizada pela rejeição ao ecletismo espiritualista. E o combate através do positivismo, do darwinismo e do materialismo. Abrange o período de 1860 até 1875. A diferenciação ocorre quando Sílvio Romero declarou que a metafísica estava morta.
2ª fase – Inicia-se em 1878, com “Filosofia no Brasil”, de Sílvio Romero. Nesse período ocorre a ruptura com o positivismo. Tobias Barreto é a personalidade dominante.
3ª fase – Vai dos meados da década de 90 até o início do século. Clóvis Bevilacqua, Artur Orlando e Fausto Cardoso publicam obras. As idéias são veiculadas por meio da Revista Cultura Acadêmica. Este foi o apogeu da escola.
Tobias Barreto entendia a filosofia como patrocinadora da síntese das ciências e entendia o homem como consciência. E neste sentido, entra no tema da cultura. Para ele esta é antítese da natureza, um sistema de forças combatentes. O fato natural no plano da cultura se torna moral. O natural não justifica o cultural. A natureza é imoral, a cultura é criação do homem sem se inspirar no natural. A cultura adapta o homem à sociedade.  Dentro da sociedade a moral e o direito são constituintes. O homem sobressai-se por dirigir suas ações para um fim. Ele se doma.
Artur Orlando concebeu a filosofia como epistemologia. Clóvis Bevilacqua não a considera como ciência. É o extrato de todas as ciências. Porém, é mais profunda do que todas elas. Graça Aranha (1868-1931) considera que a ciência decompõe o unverso, tem uma função analítica.
Sílvio Romero fundou o culturalismo sociológico e Alcides Bezerra contribuiu para o culturalismo filosófico. A Escola reformou a compreensão do direito, sistematizou a história da cultura brasileira, modernizou as instituições.

Farias Brito e a vertente espiritualista da Escola de Recife
Raimundo de Farias Brito (1862-1917) lutou pela restauração do espiritualismo durante uma época dominada pelo positivismo. Os seus seguidores acabaram transitando para o catolicismo.
Ele procura salvar a metafísica, priorizando o ego, a consciência e a interioridade como espaços do saber absoluto. As suas principais obras são “A filosofia como atividade permanente do espírito” (1895) e “A verdade como regra das ações” (1905).
4.    REPÚBLICA VELHA (1889-1930)

A República Velha foi marcada pela ascensão do positivismo, tendo destaque para a sociologia comteana. A Escola de Recife representou uma contraposição a esta tendência e se exauriu em 1914. Os católicos adotaram o espiritualismo de Farias Brito. Na década de 20, aconteceu o “surto tomista”.
Mais tarde, os pensadores católicos migraram para o neotomismo, blondelismo, orteguismo.
O bispo Sebastião Leme (1882-1942) e Jackson de Figueiredo (1891-1928) fazem o catolicismo se torna atuante no início do século XX. O resultado foram as pazes entre Igreja e República. Estabelecem o conservadorismo baseado na ordem e na autoridade. Há uma oposição a revoluções. Privilegiam-se o nacionalismo e o respeito à família.
A Ação Integralista absorveu esta perspectiva. Plínio Salgado é herdeiro desta vertente. A nova relação entre Igreja e Estado tem a hegemonia do Estado. Começa uma mobilização anticomunista.
A continuidade da ação dos católicos foi através da polêmica contra protestantes e contra positivistas.
De 30 a 60 aconteceu o “surto tomista”. Muitos apenas se refugiaram apenas como defesa à liberalidade moderna no campo das idéias. Posteriormente aos anos 60, inicia-se uma fase socialista.
A transição entre neokantismo e culturalismo se dá na esfera do direito. A maior representação em filosofia no Brasil está na área do direitos e são as principais correntes da filosofia do direito: Culturalismo, normativismo jurídico e jusnaturalismo.

Cientificismo
A República vive seus primeiros anos sob a égide do positivismo. A educação deu ênfase às ciências até mesmo a filosofia é vista como científica. Na política se desenvolve uma vertente positivista autoritária o chamado castilhismo.
O cientificismo se caracteriza como um movimento de exaltação da ciência e de apresentação da mesma à sociedade como indispensável. Então, a idéia de ciência é aplicada a todas as esferas da vida.    
Desde 1772, com a reforma da universidade por Pombal que a ciência começou a ser exaltada no meio luso-brasileiro. Em 1759, Pombal expulsou os jesuítas de Portugal e instituiu o cargo de Diretor Geral dos Estudos. Criou vários cursos, inclusive, o primeiro curso de contabilidade do mundo.
No Brasil a difusão se deu pelo Seminário de Olinda e pela Real Academia Militar. Esta se destacou no ensino da matemática. A principal crença do cientificismo é que a ciência traz riqueza para o Estado e é necessário cientificizar a política.
Uma forte expressão do cientificismo é a fundação da Igreja Positivista. Há uma tentativa de tornar científica até a religião. Miguel Lemos (1854-1916) e Teixeira Mendes foram defensores do positivismo religioso.  
Houve uma subdivisão do positivismo de aspecto acadêmico: O positivismo ilustrado representado por Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa e Ivan Lins.  
Otto de Alencar e Amoroso Costa reagiram contra o positivismo. Em 1925, com a vinda de Einstein ao Brasil, diminui a influência dos positivistas. Contribui para isso também a criação da universidade na década de 30.
   
Castilhismo
O castilhismo é aplicação positivista à política. Inicia-se com Júlio de Castilho (1860-1903), do Rio Grande do Sul. A tendência durou de 1893 a 1923. Esta teoria política propõe que o poder legislativo não seja autônomo, as leis são elaboradas pelo executivo. A presidência tem direito à reeleição, prima-se por um autoritarismo republicano. A origem do poder é o saber. Primeiramente, este tipo política vigorou no Rio Grande do Sul, posteriormente Getúlio Vargas viria a nacionalizá-la.  

Marxismo acadêmico e marxismo político
O cientificismo no Brasil continuou através dos marxistas durante os anos 30 no Rio de Janeiro. Seus defensores são Leônidas de Rezende, Hermes Lima, Edgardo de Castro Rabelo. Leônidas de Rezende vinculou o marxismo ao positivismo. Mais tarde acabou ganhando uma faceta política com a adesão de alguns padres.
O marxismo político teve como expoente Caio Prado Júnior (1907-1990). A principal tese é que a economia é um fator determinante na evolução social. Muitos sociólogos o seguem.    
        
5.    FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
A fase contemporânea da filosofia brasileira começa na década de 30 e se caracteriza pela superação do positivismo. Na contemporaneidade, acham-se no Brasil partidários de Blondel, de Ortega, de Heidegger e de Hegel. A fenomenologia teve repercussão entre psiquiatras. Heidegger foi difundido por Emmanuel Carneiro Leão. E também Vicente Ferreira da Silva, a busca da verdade do ser. A proliferação contemporânea se deve à liberdade de expressão e a sistematização dos estudos.

Culturalismo
O primeiro movimento são o culturalismo de Alcides Bezerra, Djacir Menezes e Miguel Reale. Roque de Barros também teve simpatia pelo culturalismo. Desenvolveu-se como corrente a partir dos anos 40.
Como síntese do culturalismo nós podemos indicar as seguintes idéias: 1. A filosofia comporta perspectivas múltiplas; 2. A ciência tem um discurso universal; 3. As ciências humanas têm proximidades com as naturais mas se prendem a esquemas filosóficos; 4. A relação entre ciência e filosofia não é preocupação para a corrente; 5. Ontologia – ser do homem e sua atividade; 6. Cultura são os bens objetivados pelo homem; 7. Idealidade; 8. Autonomia do fator espiritual; 9. Problemas da filosofia: Controversos e as necessidades advindas da evolução; 10. O espírito é autônomo, mas também é dirigido pela necessidade; 11. Os interesses humanos são subjetivos, mas deve se levar em conta o contexto; 12. O abstrato na moralidade impulsiona o prático. Os valores morais determinam os rumos da cultura; 13. A história é constituída de violência e força.  

Tomismo
Leonardo Van Acker defende um tomismo aberto ao diálogo com outras correntes. Sem pretensões de hegemonia. Nesta fase, vários pensadores brasileiros fazem conciliações do tomismo com outras filosofias: Alvino Moser (existencialismo), Antônio Joaquim Severino (fenomenologia), Evaldo Pauli (kantismo) e Ireneu Perma (maritainismo). 

Projeto imanentista da libertação
    Os pensadores do projeto imanentista da libertação são Henrique Cláudio de Lima Vaz, Leonardo Boff e Paulo Freire. A característica desses pensadores é a pobreza destaca-se o marxista Caio Prado Júnior.

Leonardo Boff e a Teologia da Libertação
O movimento teológico denominado da Libertação representou uma produção de ideias de grande destaque no pensamento brasileiro. Teólogos como Leonardo Boff (1938), Rubem Alves (1933), Hugo Assman (1933-2008) deram uma grande contribuição superação do tomismo.
A Teologia da Libertação teve seu início na década de 70. As principais ideias que orientam esse método novo de fazer teologia são: Opção preferencial pelos pobres, a identificação das causas da pobreza com estruturas econômicas e sociais injustas e uma análise das relações sociais de base marxista.
As obras fundadoras deste pensamento enraizado na situação latino-americana foram “Jesus Cristo Libertador” (1972) de Leonardo Boff, “Teología desde la praxis de la liberación” (1973) de Hugo Assman e “Da esperança” de Rubem Alves. O peruano Gustavo Gutiérrez é considerado o sistematizador desta teologia com sua obra “Teología de la Liberación”.
No que diz respeito a Leonardo Boff, podemos encontrar em suas obras a elaboração de uma antropologia, de uma filosofia social e política assim como uma ética da ecologia.  Desenvolveu uma ontologia inclusiva, sem dualismo. E foge das generalizações metafísicas ao considerar a dualidade masculino-feminino. Na antropologia desenvolveu os conceitos de imanência, transcendência e transparência. Na ecologia, afirma que vivemos época da redescoberta de nossa ligação com o planeta.

Paulo Freire e a Pedagogia da Libertação
            Paulo Freire (1921-1997) desenvolveu a Pedagogia da Libertação. Ele entendia educação como processo de conscientização do educando de sua realidade sócio-econômica. O seu pensamento é uma síntese do existencialismo cristão, da dialética hegeliana e do materialismo histórico. Sua principal obra é “Pedagogia do Oprimido” (1968). Suas ideias influenciaram o movimento chamado Pedagogia Crítica.

6.    ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL   
O sucesso da produção filosofia está intimamente ao método usado no ensino da disciplina. No Brasil, predominaram três metodologias: a) O método da Ratio Studiorum de base tomista; b) O ensaio livre sem vínculo com a tradição; c) O método historiográfico implantado na USP na década de 40 pelos professores franceses.
Os aspectos negativos do método historiográfico são o medo de ousar, de filosofar sobre o texto. Torna-se uma postura que produz pouco.
No ensino médio brasileiro houve a ausência da filosofia desde 1971 até 2008.  Os PCNs propõem objetivos políticos e sociais para o ensino da filosofia, mas esta é muito mais.
O retorno da filosofia ao ensino médio veio com dois modelos de professores: I – Aquele formado e habituado a ler os textos sem exegese e sem relação com problemas contemporâneos. II – Aquele formado em outra área e com conhecimento superficial da disciplina.      
A distinção entre historiador da filosofia e filósofo é problemática. No Brasil, geralmente os bons alunos de filosofia se concentram no ensino superior. E quem não têm aptidão para a pesquisa se torna professor no ensino médio.
            O ensino médio possui uma estrutura historiográfica. Uma saída para isso seria investir no método temático.  
     
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

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VITA, Luís Washington [1969b]. Panorama da filosofia no Brasil. Porto Alegre: Globo.


[1] Texto-base para aulas de História da Filosofia no Brasil no Curso de Integralização em Filosofia, do IESES, Caratinga/MG, ano de 2011.
[2]Bacharel em Filosofia (FAJOCA), pós-graduado em Docência do Ensino Básico e do Superior (FACTED), licenciando em Filosofia pelo IESES/FACIBA.