quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Língua Tupi:


 
TUPI: A LÍNGUA CLÁSSICA DA CULTURA BRASILEIRA

José Aristides da Silva Gamito

O grego e o latim se tornaram referência obrigatória no conhecimento da civilização ocidental. São estudados nas áreas de ciências humanas e já foi considerado status dominar as chamadas línguas clássicas. E na formação da cultura brasileira a quem daremos este crédito? É claro, não podemos nos esquecer da língua tupi ou língua brasílica.
Quando propomos o estudo e a valorização do tupi somos acusados de ter o sonho de Policarpo Quaresma. A integração do conhecimento do tupi aos estudos humanistas e clássicos da cultura brasileira não quer dizer tornar o tupi a língua oficial do Brasil e nem obrigar os brasileiros a falarem esta língua. Na verdade, propomos o conhecimento da língua para entender a evolução de outras línguas indígenas e da própria língua portuguesa. E até mesmo o cultivo da língua por pequenos grupos assim como fazem os círculos de latinidade. Quem quiser sonhar mais longe, que sonhe com sua revitalização!
Os estorvos maiores são provenientes da ideia equívoca que temos da história. Para muitas gerações, o Brasil nasceu falando português. Esta língua nos foi imposta! Na prática, o Brasil falava tupi até o século XVIII. O processo de imposição do português por parte da metrópole foi gradativo.
Portanto, existem muitas e boas razões para o estudo do tupi. O estudo desta língua deveria ser obrigatório nas licenciaturas em Letras/Língua Portuguesa. Ou quem sabe integrar uma parte do currículo do Ensino Médio mesmo como temas transversais. A mania da universalização da língua portuguesa nos impede de ver o Brasil do tamanho que ele é.
O conhecimento do tupi trará mais desenvoltura para alfabetizadores e professores de português no domínio da etimologia, da ortografia e da semântica de muitas expressões brasileiras. Além de elucidar a posição da língua portuguesa na história do Brasil. É aconselhável para quem não conhece o tupi, conhecê-lo. Quem é educador que o acolha nas escolas. Reservem um espaço para a língua máter do brasileiro, nem que seja em forma de pequenas oficinas. Aos poucos, redescobriremos a nossa língua clássica! Kobekatu!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A "Terra sem Males"


 
              A INCONSTÂNCIA DAS UTOPIAS E O SONHO DA PÁTRIA IDEAL

José Aristides da Silva Gamito*

Desde o paraíso bíblico até as utopias socialistas modernas, estamos sempre sonhando com uma pátria ideal. O episódio bíblico da libertação do povo israelita no Egito por Moisés enche de esperança quem toma conhecimento dele. Aliás, foi um texto muito iluminador para as reflexões da Teologia da Libertação. O movimento operário inspirado pelas ideias marxistas também almejou esta pátria ideal. Assim, ao longo da história muitas utopias foram criadas.
A tão sonhada “Terra sem males” (como é designada a utopia indígena) está sempre em construção. Observamos que sempre quando algum movimento se rotula como a realização plena da utopia, há muitas decepções.  Os extremismos são os grandes obstáculos das utopias. A esperança e o desejo de concretizar um ideal se torna tão grande que se perde os limites da razão. Os bem intencionados regimes socialistas se tornaram totalitarismos destruidores das liberdades individuais.
As utopias são necessárias, são sinais de que acreditamos na mudança possível. Os erros cometidos ao longo da história passam pela identificação da utopia com um movimento concreto. Este não pode conter em si todo o ideal, então, acaba por decepcionar as pessoas. Todo movimento de libertação deveria se conceber como provisório, auto-crítico e solúvel.
O mais intrigante é que já houve tantos momentos favoráveis, há tantos discursos em favor da igualdade e de um mundo melhor, mesmo assim a mudança continua sendo uma esperança. Hoje dia 7 de setembro, Dia da Pátria, quis refletir sobre o mundo ideal que buscamos tanto e não se concretiza. Creio que precisamos diminuir as teorias para abraçarmos a mudança com mais convicção, com a consciência de que a humanidade é uma só: A dor de um é a dor de todos!

*Bacharel e licenciado em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e do Superior.

Reflexões sobre o Dia da Pátria: Como lidar com as nossas utopias que nunca se concretizam?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sentido da Vida


 
BREVÍSSIMA VIGÍLIA

José Aristides da Silva Gamito

Abrimos os olhos para a luz,
Um instante só dura a vida!
Ela é um sonho tão tênue,
tão sofisticado e tão fascinante.
Mas que basta uma ruptura mínima
Para que venha ruir e reduzir-se
A bocadinhos de saudades.

Enquanto, os desavisados empregam
Em vão seu tempo com a violência,
Eles se esquecem da efemeridade da vida!
Já que tudo é tão breve,
que valha a pena viver bem,
que valha ser lembrado com sorrisos!


Ninguém gostaria de morrer....
E muito menos gostaríamos de viver
A tortura de ter de aceitar a morte alheia.
Mas a vida que nos resta é esta:
Muito mais perguntas que respostas.
Os sons de nossas questões se perdem
No silêncio imenso do universo!

Quem poderá nos responder?
Quem poderá nos valer?
Tímida razão, esperança debilitada!
Apesar de tanta dor, ainda podemos
Sorrir porque é a mais bela recordação
Que podemos deixar do tempo que existimos.


05/09/2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Arte entre Povos


 
INTERCÂMBIO CULTURAL

Pela segunda vez, recebi em Conceição de Ipanema o Circuito Cultural Arte entre Povos. Este evento acontece pela terceira vez no Brasil. É um intercâmbio de artistas latino-americanas em 13 cidades brasileiras. Os artistas permanecem 3 dias em cada cidade e conhecem a cultural local. Eles oferecem shows, oficinas de artes e debates sobre a realidade latino-americana.
Estiveram em Conceição de Ipanema os cantores argentinos Gabo Sequeira e Pablo Fernandez, o chileno Felipe Aranda, os artistas cubanos Adela Figueroa, Ilén de la Cruz e Francisco Rivero e o historiador gaúcho Bolívar Almeida. O evento aconteceu de 28 a 31 de agosto.