domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano 2013


LIÇÕES PARA RECORDAR NO INÍCIO DE UM NOVO ANO

José Aristides da Silva Gamito

Como sabemos a vida tem ritos, o começo de um ano novo é um deles. Fazemos promessas de melhorar nossa vida mesmo sabendo que isto não é instantâneo. Quero recordar aqui algumas lições que deveríamos revisitar no começo de cada ano. Elas são voltadas para a arte de viver cujo fim é o alcance da felicidade.
Há ideias diretrizes que deveríamos nos convencer delas e tê-las sempre em mente: 1ª – Mortalidade: Precisamos reconhecer que vamos morrer. Esta aceitação alivia as consequências desastrosas da nossa presunção de sermos eternos. Essas consequências são a arrogância, a prepotência. Muitas pessoas são infelizes porque acham que são ‘divinas’.  Estamos sujeito às condições da natureza como todos os outros seres vivos; 2ª - Verdade: É bom reconhecer que não sabemos tudo, que a verdade é um processo. Seremos mais abertos à diversidade, livres para o conhecimento. Aceitaremos o erro e o fracasso com mais humanidade e humildade.
3ª Sensibilidade: Somos seres que sentimos. Há sofrimentos na vida e não podemos evitar todos eles e nenhum sofrimento, nenhum prazer, são totais. Considerar as causas corretas do sofrimento é também um grande passo para uma vida mais lúcida. Muita gente vive a atribuindo os seus males a Deus ou ao Diabo. Isso é uma vida inautêntica, vida de quem foge de suas responsabilidades.  Além disso, precisamos perceber que não sofremos sozinhos, precisamos nos educar para a compaixão (Solidariedade com o sofrimento alheio).
4ª Relatividade: Precisamos enxergar a vida através de mais de uma visão, de um caminho. Quanto mais diversidade, mais enriquecimento e possibilidade de somar. Não estou falando do extremo desta perspectiva que é o relativismo. Entender a relatividade da vida é perceber que não há uma só verdade, um só valor, uma só opção. Principalmente, deve se evitar a ideia de que a vida é redutível. Ela é inventiva até o fim!
5ª - Finalidade: Não nascemos com um projeto de vida pronto. As coisas se ajeitam no caminho. A falta de compreensão da finalidade da vida leva muitos ao otimismo ou a pessimismo. Não nascemos predestinados. O sentido e a direção da vida são construções nossas. 6ª - Pertencimento: Refiro-me à consciência que devemos ter de pertencer ao todo, de estar ligado a um conjunto (à comunidade, à natureza). O ser humano não vive sozinho, não faz ciência sozinho, não fabrica produtos sozinho. Quanto maior for esta consciência mais temos a ganhar, poupamos esforços, seremos mais fortes.
E por último, a maior ideia diretriz - 7ª - Felicidade: A finalidade da ação humana é a felicidade. É bom relembrar que a felicidade não é um lugar e nem há uma única forma de ser feliz. Ela é mais uma disposição de espírito em superar a relatividade da vida (a alternância entre dor e prazer), dando-lhe um sentido completo. Este sentido é aquela satisfação em suspirar e dizer: “Apesar dos pesares, vale a pena viver”. Ser feliz não é fácil, mas é possível!
Estas são algumas reflexões que proponho para o ano novo. São sete princípios que devem ser bem direcionados para termos uma vida mais lúcida, com maior aproveito das oportunidades. Quero ressaltar que esse elenco de ideias não compõe uma fórmula da felicidade! São apenas dicas, cada um tem de fazer o seu caminho! Boa caminhada a todos em 2013!

domingo, 16 de dezembro de 2012

21 de dezembro: Fim do mundo?


  
SE O MUNDO ACABASSE ESTA SEMANA

José Aristides da Silva Gamito

Se o mundo acabasse esta semana, a história da humanidade não acabaria bem.  Este ‘fim’ jamais poderia ser entendido como conclusão de um processo. O capitalismo e o avanço da tecnologia trouxeram um mundo maravilhoso à nossa disposição, mas essas vantagens não são inclusivas. A comunicação, o transporte, o conforto doméstico e a medicina são exemplos de passos gigantescos e positivos dados pelo homem nos últimos dois séculos.
Mas por outro lado, segundo dados da FAO, quase 870 milhões de pessoas passam fome no mundo, ou seja, 12, 5% da população mundial não têm o que comer. Além disso, a recente crise mundial estagnou a diminuição da pobreza em países desenvolvidos como ocorria anteriormente.
Neste mundo que há fome, há trabalho escravo, há tráfico de mulheres, há extermínio de jovens nas disputas do narcotráfico. Depois de duas guerras mundiais, ainda persistem guerras civis e étnicas intermináveis em muitos países. E a violência urbana cresce cada vez mais nos grandes centros. Este é o mundo em que 92% das pessoas creem em Deus. Pelo menos é o que sugere uma pesquisa da BBC realizada em 10 países. Ou seja, a mensagem de fraternidade e de solidariedade dessas religiões não é capaz de conter as mazelas morais do mundo.
Mesmo se considerássemos este ‘fim’ de forma utópica, como o fim de um mundo de desigualdades, nós teríamos muito trabalho pela frente. Pois este mundo novo tão sonhado deve ser construído por nós. Analisar o mundo presente não é fácil, são tantas contradições que não sabemos se devemos ser pessimistas ou otimistas. Mas pelo menos é o mundo que temos (proposição realista) e que não vai acabar tão cedo!