domingo, 3 de fevereiro de 2013

Racionalizar a fé e sensibilizar a razão?


Desafios da Convivência entre crentes e ateus

A VERDADE DA FÉ E A VERDADE DA RAZÃO

Acabo de ler o livro “Deus existe?”. E recomendo! É a transcrição de um debate entre o cardeal Joseph Ratzinger e o filósofo ateu Paolo Flores d’ Arcais em Roma, no ano de 2000. Percebi a difícil a tarefa de conciliar fé e razão durante a leitura deste livro. No debate, Ratzinger defende a demonstração racional da fé e a origem na natural dos direitos humanos. D’Arcais, por sua vez, fala sobre o absurdo da fé e que ela não pode ser defendida racional. Além disso, afirma que é falsa a origem natural dos direitos humanos que ele chama de direitos civis.
É realmente um debate muito difícil. Razão e fé são formas muito distintas de buscar a verdade. Aliás, é preciso ter cuidado com esta pretensão de possuir a verdade. Não é um caminho sensato racionalizar a fé e nem é indicado adotar a fé sem o mínimo de compreensão racional. O fideísmo, o fundamentalismo, são facetas perigosas da fé.
Por outro lado, a razão não pode sentir-se absoluta e no direito de proibir as pessoas de terem fé. No fundo, há obrigação de um respeito mútuo. São igualmente reprimíveis tanto o ateísmo absoluto, pouco conhecedor da história e fundamento das religiões, quanto a fé sem conhecimento das ciências naturais e humanas.
Cardeal Ratzinger (Bento XVI) e o filósofo Paolo Flores D' Arcais.
No Brasil, cresce um tipo de evangelismo pentecostal que não está aberto ao diálogo. A sua vertente católica é a linha da Renovação Carismática. Não são todos, há pessoas nesses meios e é uma grande quantidade de pessoas que:  Abominam ateus, homossexuais, liberdade de expressão, demonizam a ciência e todas as outras religiões. Não queremos viver um novo teocentrismo. Para uma jovem democracia como o Brasil é muito complicado. Perderíamos muitas conquistas do Estado laico. O caminho é tolerância sempre! Chegar a um consenso é tarefa quase impossível. Ninguém vai querer ceder.