quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Filosofia:

A FILOSOFIA DE FRIEDRICH NIETZSCHE

José Aristides da Silva Gamito, bacharel em Filosofia

Biografia
Friedrich Nietzsche foi um filósofo alemão. Ele nasceu em Röcken, no ano de 1844. Estudou nas Universidades de Bonn e de Leipzig. Estudou filologia, filosofia e teologia, Foi professor de filosofia na Universidade de Basileia, na Suíça. Morreu em 1900.

Obras
1871 – A Origem da Tragédia.
1872 – O Nascimento da Filosofia na Época Trágica dos Gregos.
1880 – Humano, demasiado humano.
1881 – Aurora.
1882 – A Alegre Ciência.
1883 – Assim Falou Zaratustra.
1887 – A Genealogia da Moral.
1889 – O Crepúsculo dos Ídolos.

Áreas de Concentração
Nietzsche pesquisou sobre linguagem, filosofia grega, cristianismo, razão, moral.

Tópicos de sua filosofia
A filosofia de Nietzsche é reconhecida pelo niilismo. Ele desconstrói a tradição filosófica anterior a si, reduz os valores morais a termos de utilidade. Não crê em uma verdade objetiva e absoluta pelo fato de o pensamento estar condicionado à linguagem. Não crê na história como finalidade, como um avanço rumo ao progresso.

“Deus está morto”
Esta conhecida afirmação se insere no contexto da crítica da metafísica. E refere-se ao anúncio do fim de fundamentos transcendentais da existência, de Deus, a síntese dos transcendentais, como justificativa e fonte de valoração da vida e da civilização.

Apolíneo e o dionisíaco
A partir da tradição grega, Nietzsche destaca na cultura e no homem duas tendências: O apolíneo e o dionisíaco. O apolíneo é a visão de sonho e tentativa de expressar o sentido das coisas na medida e na moderação, explicitando-se em figuras equilibradas e límpidas. O dionisíaco é a embriaguez criativa e paixão sensual, a humanidade em plena harmonia com a natureza.

Linguagem e verdade
A verdade é um conjunto de metáforas, de tentativas de conhecer a realidade. Mas tudo está sujeito à linguagem. Portanto, não há verdade absoluta porque a linguagem não pode expressar a essência das coisas.

Vontade e liberdade
A vontade no pensamento de Nietzsche tem um papel importante. Os impulsos humanos tendem a ampliar um desejo de vir-a-ser-mais-forte, de domínio. A vontade e a razão são as bases da ação humana. A vontade de poder é a força que impulsiona e move o ser humano à vida, à afirmação dos instintos fundamentais.

Cristianismo
Niezsche critica veementemente o cristianismo. Ele escreve a deturpação dos ensinamentos de Jesus mediante a pregação cristã de uma salvação no outro mundo e da preferência de valores que rebaixam a condição humana, que negam a vida. Ela denomina essa tendência de “moral de rebanho”.

Valores morais
Os valores morais não são naturais. Eles resultam de uma avaliação. Não existe nenhuma instância supra-sensível que os confirme. Esses valores são relativos e dependem das condições existenciais de cada grupo humano.

O eterno retorno
A história não tem uma finalidade. Segundo Nietzsche, deveríamos agir como se a vida viesse a repetir. Cada momento repetido várias vezes até a eternidade. Assim como a natureza, as coisas vivem por si mesmas, não possuem um objetivo.

Transmutação dos valores
Com a constatação da relatividade, do fim da crença em valores absolutos. Nietzsche desenvolve um projeto de reformulação dos valores humanos, procurando-os nas raízes anteriores ao cristianismo.

O super-homem
O übermensch é o estágio do homem no qual ele é conduzido unicamente pela vontade de poder. É a superação do próprio homem conduzido pelos antigos ideais.


Citações-chave
“Não há fenômenos morais, mas apenas interpretação moral dos fenômenos”.

“A ‘coisa-em si’ é um conceito sem sentido. Se eu remover todas as relações, todas as ‘propriedades’, todas as ‘atividades’ de alguma coisa, nada resta”.

“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”.

“No fundo, não existiu mais que um cristão, e esse morreu na cruz”.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Conversando sobre Filosofia

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

José Aristides da Silva Gamito, bacharel em Filosofia

A
tualmente, a filosofia no Brasil está começando a atingir o gosto popular. Muitas editoras estão disponibilizando nas bancas revistas e livros sobre o tema. O Estado tornou a filosofia obrigatória no Ensino Médio. Porém, corre-se o duplo risco da aceitação e da rejeição. Por um lado, os eventos, publicações, valorização da filosofia, tudo isso está mais presente no país. Por outro lado, muitos professores que não são formados em filosofia têm gerado preconceitos e mal entendidos sobre a filosofia nos alunos do Ensino Médio. Os filósofos estão fora do Ensino da Filosofia. Isso pode gerar um mal estar e uma ineficácia na presente oportunidade que a Filosofia tem de mostrar o seu valor aos estudantes brasileiros. A seguir, alguns tópicos sobre Filosofia para quem está começando.

O que é filosofia?
Primeiramente, devido à longa tradição que possui o saber filosófico é difícil estabelecer uma única definição de filosofia. Apresentemos como ponto de partida a etimologia da palavra Filosofia. Em grego, Φιλοσοφία significa “amizade ao saber”. Segundo a tradição, foi Pitágoras (570-496 a. C.) que cunhou esse termo porque não se considera sábio, mas apenas “amigo do saber”, em grego, filósofo. Dentre tantas definições, vamos começar por esta: Filosofia é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo, ao homem e a sua ação e seus valores.

Onde surgiu a filosofia?
A filosofia clássica surgiu nas cidades gregas situadas na Ásia Menor. Os primeiros filósofos partiram suas reflexões a partir dos mitos e dos temas religiosos da época. A primeira investigação pretendida por eles era saber qual o princípio de todas as coisas. Esses pensadores foram chamados de naturalistas. No estudo tradicional da filosofia, a primeira fase da história é chamada de Pré-socrática, porque inclui todos os filósofos que antecederam Sócrates ou tiveram uma temática distinta deste.

Quando surgiu a filosofia?
Os registros mais antigos de um saber filosófico são encontrados nos séculos VII e VII a. C. O filósofo considerado ponto de partida da história do pensamento ocidental foi Tales de Mileto (624-556 a. C.), viveu onde atualmente está situada a Turquia.

Quais são os objetos de investigação da filosofia?
Para começo de conversa, o homem é sujeito e objeto da filosofia. Isso quer dizer o homem enquanto ser e enquanto agente. A filosofia se preocupa com tudo que o homem é e tudo que ele faz e atribui valores. Mas para delimitar melhor o campo filosófico, existem várias subdivisões, cada uma se ocupando de um aspecto do homem ou da realidade. A seguir, os ramos da filosofia:
Ø  Lógica: Trata do raciocínio metódico e válido.
Ø  Ontologia: Trata da realidade, do ser e do nada.
Ø  Epistemologia: Trata da natureza e validade do conhecimento.
Ø  Ética: Trata dos valores, da distinção entre o bem e o mal.
Ø  Estética: Trata da arte, da noção de belo e de feio.

Além dessas áreas, atualmente existem muitas outras como Filosofia Política, Filosofia da Religião, Filosofia da Educação, demonstrando que toda área do conhecimento pode ser tratada filosoficamente.

Qual é o método de estudo da filosofia?
Existem muitas metodologias. Didaticamente, pode se estudar as investigações dos filósofos por temas (abordagem temática); ou pode estudá-las tendo em vista a linha do tempo (abordagem histórica). As duas se complementam. Para um bom aproveitamento de leituras, debates e redação de assuntos filosóficos duas habilidades principais são requeridas: Pensamento lógico e interpretação. A História da Filosofia é uma forma de abordagem bastante usada. Aliás, para se ter uma visão panorâmica da filosofia, ela é de grande valia.

Quais as etapas da história da filosofia?
A história da Filosofia geralmente é estudada seguindo as eras da história da civilização ocidental. Leia, a seguir, as épocas, os assuntos e os filósofos de destaque. É apenas uma lista introdutória:

Ø  Filosofia Antiga: Sócrates, Platão, Aristóteles. Temática: Natureza, homem, ser, conhecimento, felicidade. Séc. VI a. C. – Séc. V d. C.
Ø  Filosofia Medieval: Plotino, Agostinho, Tomás de Aquino, Abelardo, Guilherme de Ockam. Temática: Ser, Deus, fé, razão, conhecimento, moral. Séc. VI-XV.
Ø  Filosofia Moderna: Descartes, David Hume, Blaise Pascal, Rousseau, Immanuel Kant. Temática: Razão, homem, conhecimento, direito. Séc. XVI-XIX.
Ø  Filosofia Contemporânea: Hegel, Marx, Nietzsche, Heidegger, Sartre, Wittgenstein, Foulcault. Temática: Ser, linguagem, existência, técnica. Séc. XIX até hoje.

Quem é o filósofo?
Primeiramente, filósofo é todo estudioso que se interessa pela investigação sobre o mundo, sobre o homem e seus valores. É alguém crítico, questionador. Em se tratando de educação formal, na legislação brasileira recebe o título de filósofo quem cursou um bacharelado em Filosofia. Porém, a lista oficial de filósofos que aparece nos manuais de filosofia, considera como tais, pessoas formadas na área ou não que fizeram investigações filosóficas inovadoras e relevantes.

Qual é o trabalho de um filósofo?
No Brasil, um filósofo pode escrever críticas para jornais, revistas e demais mídias. Pode se tornar um professor de Filosofia, cursando uma licenciatura. Pode atuar em universidades em pesquisas e docência. Neste caso, é requerida uma pós-graduação. Atua ainda como consultor de empresas, como terapeuta, em caso de especialização, em Filosofia Clínica.

domingo, 3 de outubro de 2010

Filosofia:


CARATINGA - De 5 a 8 de outubro, aconteceu a VIII Semana Temática Filosófica, no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário em Caratinga. O evento acontece desde 2003. Sendo um ano, a temática, filosófia; e o outro teológica. A experiência começou em 2003, sob a orientação do padre Ademílson Tadeu Quirino, com as turmas que compunham o curso teológico naquele ano. A formatação atual se deu em 2004, através dos alunos do 3º ano de filosofia, que resolveram a dar uma caráter mais formal, público e acadêmico ao evento.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 05 de outubro – Terça-feira
19h – Abertura, por padre Jamir Pedro, reitor do SDNSR
19h20min – Conferência: Padre Lima Vaz e a legitimidade de um filosofar cristão – Prof. Ismar Dias de Matos, PUC/MG.
Mediador: Prof. Maurício Cruz

Dia 06 de outubro – Quarta-feira

8h30min – Café filosófico: A filosofia cristã no século XX em texto e prosa
Moderador: Padre Odilon Ferreira Ramos
Mesa 1: Tema – O ser humano segundo o cristianismo
Mesa 2: Tema – A ressacratização de um mundo profano
Mesa 3: Tema – A identidade católica em Alceu Amoroso Lima
Mesa 4: Tema – Desafios éticos do mundo contemporâneo
Mesa 5: Tema – Fé cristã e a filosofia hoje na América Latina
Mesa 6: Tema – Influência do cristianismo sobre o progresso da ciência
Mesa 7: Tema – O Personalismo em Emanuel Mounier

19h – Conferência: “O humanismo cristão na pós-modernidade” - Professor Wellinton Cesco, FUNCEC
Mediador: Padre José Geraldo Gouvêa

Dia 07 de outubro – Festa da Padroeira – Quinta-feira

8h30min – Exibição do filme: Nós que aqui estamos, por vós esperamos
Moderador: Padre Fabrício Almeida Moura
11h – Missa solene em ação de graças
19h – Conferência: O panorama das filosofias cristãs contemporâneas – Prof. Urbano Zilles, PUC/RS
Mediador: Prof. Sérgio Duarte

Dia 08 de outubro – 1ª Jornada São Tomás de Aquino – Sexta-feira

8h – Conferência: A importância de Tomás de Aquino no século XIII – Profa. Sílvia Contaldo, PUC/MG
Mediador: Moacir Ramos Nogueira
11h – Considerações e encerramento

HISTÓRICO DOS TEMAS:

Os temas da Semana Temática durante esses anos foram:
  • 2003: (1º). Tema: "Igreja em comunicação: A arte da relação global.
  • 2004: (2º). Tema: "Ética e Política: Por uma nova visão de poder".
  • 2005: (3º). Tema: "A mística da Eucaristia e o desafio da pós-modernidade".
  • 2006: (4º). Tema: "O bom e o belo na construção do homem pós-moderno".
  • 2007: (5º). Tema: "Nossa recepção do Vaticano II".
  • 2008: (6º). Tema: "A dignidade da pessoa humana".
  • 2009: (7º). Tema: "Quem dizeis que eu sou?".
  • 2010: (8º). Tema: "O pensamento filosófico cristão no século XX".