quinta-feira, 25 de abril de 2019

Uma nota sobre Lv 19


A PROIBIÇÃO VETEROTESTAMENTÁRIA DO USO DE TATUAGENS

The Princess of Ukok has the best preserved ancient tattoos.
Tatuagem da múmia de Ukok (fronteira da Rússia com a Mongólia, China) de 2.500 atrás;
 Os cristãos frequentemente perguntam sobre a proibição veterotestamentária do uso de tatuagens. Em Levítico 19, 28 diz: “Não deveis fazer tatuagem em vós”. A Torá contém inúmeras proibições e todas nascem a partir de uma necessidade ou motivação específica daquele tempo, daquela cultura. A aplicação irrestrita de todas essas normas à sociedade contemporânea pode gerar algum desconforto visto que nem todas são mais compatíveis com a cultura moderna ocidental ou não possuímos mais um contexto adequado para a sua recepção.
Esta aplicabilidade das proibições da Torá terá diversas compreensões. Tudo dependerá da intenção do leitor. As leituras fundamentalistas tenderão em aceitá-las irrestritamente. Porém, as leituras críticas, que levam em consideração a história, a cultura, o tempo, considerarão algumas praticáveis e outras impraticáveis. Se a leitura bíblica for sempre normativa, ignorando o gênero literário e as motivações culturais, tudo será uma questão de transpor tudo daquele tempo para hoje sem nenhuma reflexão.
Por fim, vamos ao ponto específico do Levítico 19. Todo este capítulo trata de normas comportamentais para a identificação do povo de Israel como adorador do deus Yahweh. A insistência do autor é na diferenciação do povo de Israel dos seus vizinhos que adoravam outros deuses. No versículo 28, há a proibição de não aplicar golpes na cabeça por causa dos mortos e nem fazer marcas sobre o corpo. Eram costumes dos povos vizinhos.
Os israelitas estavam localizados entre os cananeus e os egípcios. A lei mosaica procurava diferenciá-los dos povos vizinhos para afirmar a unicidade do deus Yahweh. Segundo descobertas arqueológicas, as tatuagens no Egito eram exclusivas das mulheres. Era sinal de fertilidade, de sorte e de status. Os cananeus faziam tatuagens de seus deuses. Essas tatuagens eram marcas na pele e não pinturas. Marcar ou cortar a pele era uma forma de evocar o poder dos deuses. Era a forma de mostrar a pertença a um deus específico. [1]
No Levítico 19, 28 aparece a palavra קַעֲקַע (qa’aqa) que tem o sentido de “marca, incisão”.[2] Neste sentido, difere muito das tatuagens modernas. Sim. A proibição permanece. Mas o contexto era exclusivo para marcas de pertencimento aos deuses pagãos. Não diz respeito a uma proibição geral das tatuagens. É uma norma específica! Os leitores que insistem na proibição poderão recorrer à teologia paulina do corpo. Mas são textos com motivações diferentes.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

O que Hitler pensava sobre o marxismo?


RASTREAMENTO DO TERMO MARXISMO NO LIVRO MEIN KAMPF
DE ADOLF HITLER DE 1925 E 1926


Vinte trechos nos quais Hitler critica e abomina o marxismo. Como poderia o nazismo ser de esquerda?
I
Quem sabe se eu algum dia me teria aprofundado na teoria e na vida do marxismo, se, outrora, eu não tivesse quebrado a cabeça com esse problema? O que eu, na minha mocidade, conhecia sobre a social democracia era muito pouco e muito errado.
II
Na idade de dezessete anos, a palavra marxismo era-me pouco conhecida, enquanto socialismo e social-democracia pareciam-me concepções idênticas. Foi preciso, também, nesse caso, que o punho forte do destino me abrisse os olhos para essa maldita maneira de ludibriar o povo.
III
Só o conhecimento dos judeus ofereceu-me a chave para a compreensão dos propósitos íntimos e, por isso, reais da social-democracia. Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos o véu que impedia descobrir as concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura do marxismo.
IV
Nesse tempo, na minha ingenuidade de jovem, acreditei poder evidenciar os erros da sua doutrina. No pequeno círculo em que agia, esforçava-me, por todos os meios ao meu alcance, por convencê-los da perniciosidade dos erros do marxismo e pensava atingir esse objetivo, mas o contrário é o que acontecia sempre. Parecia que o exame cada vez mais profundo da atuação deletéria das teorias sociais democráticas nas suas aplicações servia apenas para tornar ainda mais firmes as decisões dos judeus.
V
À proporção que me aprofundava no conhecimento da doutrina marxista e me esforçava por ter uma idéia mais clara das atividades do marxismo, os próprios acontecimentos se encarregavam de dar uma resposta àquelas dúvidas.
VI
A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da Terra.
VII
A atual Democracia do ocidente é a precursora do marxismo, que sem ela seria inconcebível Ela oferece um terreno propicio, no qual consegue desenvolver-se a epidemia. Na sua expressão externa - o parlamentarismo - apareceu como um mostrengo "de lama e de fogo", no qual, a pesar meu, o fogo parece ter-se consumido depressa demais.
VIII
Não sei qual seria hoje a minha atitude em face do judaísmo, da social-democracia, de tudo o que se entende por marxismo, por questão social, etc., se a força do destino, naquele primeiro período de minha vida, não me tivesse dado um fundamento de opiniões formado pela experiência pessoal.
IX
Fiz também um profundo estudo das ligações do marxismo com o judaísmo.
X
No meu íntimo eu estava descontente com a política externa da Alemanha, o que revelava ao pequeno circulo que meus conhecidos, bem como com a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema mais importante que havia na Alemanha daquela época - o marxismo.
XI
Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista, de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.
XII
O pior era que esse veneno destruía quase insensivelmente os fundamentos de uma sadia concepção do Estada e da economia, insensivelmente os fundamentos de uma sadia concepção do Estada e da economia, sem que os por ele atingidos se apercebessem de que a sua maneira de agir, as manifestações da sua vontade já eram uma conseqüência destruidora do marxismo.
XIII
Eu conhecia o bastante sobre a psicologia das grandes massas para saber que com sentimentalismo estético não se poderia manter aceso esse ardor cívico. No meu modo de ver, era rematada loucura não atiçar o fogo dessa paixão. O que eu ainda menos compreendia é que se procurasse destruir o entusiasmo existente. O que me irritava também era a atitude que se tomava em relação ao marxismo.
XIV
Foi tolice rematada identificar o trabalhador alemão com o marxismo, nos dias de agosto de 1914. O trabalhador alemão tinha-se livrado, justamente naquela época, desse veneno.
XV
O marxismo, cuja finalidade última é e será sempre a destruição de todas as nacionalidades não judaicas, teve de verificar com espanto que, nos dias de julho de 1914, os trabalhadores alemães, já por eles conquistados, despertaram, e cada dia com mais ardor se apresentavam ao serviço da pátria.
XVI
Por isso é que até então tinha fracassado a luta contra o marxismo.
XVII
Confiando o destino de sua guerra ao marxismo à complacência da democracia burguesa, o chanceler de ferro queria fazer da ovelha, lobo.
XVIII
Entretanto, tudo isso era a conseqüência forçada da falta de um princípio geral básico e de grande poder conquistador que fosse oposto ao marxismo.
XIX
Não obstante, ele mostra a pequena capacidade de raciocínio dos nossos chamados intelectuais, quando, justamente nesses círculos, não se compreende que um estado de coisas, o qual não pode evitar o desenvolvimento de uma calamidade como o marxismo, agora não está mais em condições de reconquistar o perdido.
XX
A finalidade Intima do marxismo, isto é, a mistificação dos povos, teria sido atingida. A destruição da economia nacional, em beneficio do capital internacional, é um fim que foi atingido graças à tolice e à boa fé de um lado e a uma covardia inominável do outro.