ELEIÇÕES 2020
Como tudo está
mudado por causa da pandemia de corona vírus, as eleições municipais deste ano
serão em novembro. Os candidatos já estão por aí batendo em nossas portas. É
hora de encarar essa realidade bonita de cidadania com responsabilidade, com
critérios humanos e dimensão cristã, porque política é a arte de construir o
bem comum para favorecer a vida das pessoas.
O exercício da
política precisa motivar as pessoas a assumir uma lógica fundamentada nos
valores de Deus, incompatível com as hodiernas ações humanas. A lógica de Deus
diz: “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (Mt
20,16). Não é a obsessão pelo poder que valoriza a pessoa, mas a sua capacidade
de servir a população refugiado numa prática de humildade.
No dizer do Papa
Francisco, “A boa política está a serviço da vida e da paz”, porque ela pode
construir dignidade humana e bem comum. A missão não é só dos candidatos e dos
eleitos, mas todas as pessoas precisam fazer alguma coisa. Continua Francisco
ao afirmar que “um bom católico interfere na política, oferecendo seu melhor
para que o governante possa governar”.
No exercício da
política as pessoas precisam assimilar a maneira de pensar de Deus, com base
nos ensinamentos de sua palavra. O compromisso democrático não significa apenas
apertar os botões da urna eletrônica, mas acompanhar a ação realizada pelos
eleitos cobrando deles atenção em relação às necessidades do povo,
principalmente daqueles desprovidos do necessário para a vida.
O poder político
não pode ser entendido como um privilégio, como espírito de competição e nem
como cabide de emprego, mas serviço para todos indistintamente. É questão de
cidadania e de submissão aos princípios da Constituição Federal, quando diz dos
direitos e deveres de todas as pessoas no país. Os políticos têm a obrigação de
desenvolver políticas públicas para o bem de todos.
Nesta próxima eleição
escolheremos os candidatos que vão ocupar as vagas no Executivo e no
Legislativo municipal. Portanto, eles são candidatos que estão muito próximos
dos eleitores, precisam ser bem escolhidos e de forma transparente. Comprar e
vender o voto são práticas irresponsáveis e prejudiciais para o Município,
porque ganha quem não está preocupado com a boa política.
Dom Paulo Mendes
Peixoto
Arcebispo
de Uberaba.