segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Dom Paulo Mendes Peixoto reflete sobre as eleições municipais


 ELEIÇÕES 2020

 

Como tudo está mudado por causa da pandemia de corona vírus, as eleições municipais deste ano serão em novembro. Os candidatos já estão por aí batendo em nossas portas. É hora de encarar essa realidade bonita de cidadania com responsabilidade, com critérios humanos e dimensão cristã, porque política é a arte de construir o bem comum para favorecer a vida das pessoas.

O exercício da política precisa motivar as pessoas a assumir uma lógica fundamentada nos valores de Deus, incompatível com as hodiernas ações humanas. A lógica de Deus diz: “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (Mt 20,16). Não é a obsessão pelo poder que valoriza a pessoa, mas a sua capacidade de servir a população refugiado numa prática de humildade.

No dizer do Papa Francisco, “A boa política está a serviço da vida e da paz”, porque ela pode construir dignidade humana e bem comum. A missão não é só dos candidatos e dos eleitos, mas todas as pessoas precisam fazer alguma coisa. Continua Francisco ao afirmar que “um bom católico interfere na política, oferecendo seu melhor para que o governante possa governar”.

No exercício da política as pessoas precisam assimilar a maneira de pensar de Deus, com base nos ensinamentos de sua palavra. O compromisso democrático não significa apenas apertar os botões da urna eletrônica, mas acompanhar a ação realizada pelos eleitos cobrando deles atenção em relação às necessidades do povo, principalmente daqueles desprovidos do necessário para a vida.

O poder político não pode ser entendido como um privilégio, como espírito de competição e nem como cabide de emprego, mas serviço para todos indistintamente. É questão de cidadania e de submissão aos princípios da Constituição Federal, quando diz dos direitos e deveres de todas as pessoas no país. Os políticos têm a obrigação de desenvolver políticas públicas para o bem de todos.

Nesta próxima eleição escolheremos os candidatos que vão ocupar as vagas no Executivo e no Legislativo municipal. Portanto, eles são candidatos que estão muito próximos dos eleitores, precisam ser bem escolhidos e de forma transparente. Comprar e vender o voto são práticas irresponsáveis e prejudiciais para o Município, porque ganha quem não está preocupado com a boa política.

 

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba.