quinta-feira, 28 de julho de 2011

Artigo:

AUTODESTRUIÇÃO E HETERODESTRUIÇÃO NOS CASOS DE AMY WINEHOUSE E ANDERS BREIVIK: O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS NOSSOS JOVENS?

José Aristides da Silva Gamito*

Recentemente dois casos trágicos envolvendo jovens chocaram a mídia mundial. A morte precoce de jovens e as atitudes de violência contra pessoas inocentes nos alertam para um triste fenômeno que ronda as novas gerações.  Amy Winehouse é o exemplo de que o jovem no mundo contemporâneo tem dificuldade de lidar com as escolhas. A pressão da sociedade capitalista, a necessidade do amadurecimento precoce, tudo isso leva à perda do sentido da existência. E muitos se refugiam nas ilusões modernas como as drogas, por exemplo. É um lamentável comportamento que se observa em nossas novas gerações, a autodestruição dos jovens.
Por outro lado, temos um exemplo de heterodestruição na pessoa de Anders Breivik, autor do atentado de 22 de julho, na Noruega. No pós-guerra, houve muitos esforços para a superação do totalitarismo, milhares de jovens defenderam a paz. Atualmente, parece ressurgir um certo extremismo político entre os mais moços. A rejeição dos imigrantes na Europa é um desses fortes motivos. A dificuldade em conviver com o pluralismo advém, certamente, da vida individualista imposta pela sociedade do capitalismo. São situações que não estão distantes da nossa realidade, basta relembrar o Massacre de Realengo.
É difícil admitir que atitudes neonazistas ressurjam no meio de pessoas esclarecidas. As agressões às minorias marginalizadas se tornaram hobby dos pitboys. Atravessamos uma fase difícil – um processo de desumanização. E a causa parece estar na educação que os novos modelos de família dão a seus filhos. Precisamos livrar nossos jovens desta encruzilhada de apenas duas vias: Ou autodestruição, ou heterodestruição.
Nos dois casos supracitados, nós podemos perceber duas atitudes que os pais precisam ensinar aos filhos com urgência: A abertura ao outro “totalmente outro” e a liberdade dentro da responsabilidade. Sem aprender a lidar com escolhas não é possível ter uma vida madura e lúcida. Sem aprender a nos abrir ao outro nós cairemos no fanatismo, na ilusão de uma única e absoluta verdade. Isso é uma alerta para pais e filhos!

*Bacharel em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e do Ensino Superior. Atual Secretário Municipal de Educação de Conceição de Ipanema.

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