O
FRACASSO DA RELIGIÃO NA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
A Ong Oxfam divulgou um relatório
nesta segunda, 25/09, sobre a desigualdade social no Brasil. No relatório
intitulado “A Distância que nos Une”, há dados estarrecedores como a
constatação de que seis bilionários brasileiros têm a mesma riqueza que 100
milhões. No mundo, 1% mais rico possui a mesma riqueza dos outros 99%. 700
milhões de pessoas no mundo vivem na extrema pobreza.
Nos últimos 15 anos, o Brasil
retirou da pobreza mais de 28 milhões de pessoas. Mas o Brasil ainda tem 16
milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. A partir de 2014, com
a crise econômica e com as medidas governamentais agressivas esta conquista
pode se perder. O Banco Mundial prevê até o final de 2017 o crescimento de 3,6
milhões de pobres no Brasil.[1]
Para reverter esta situação e
diminuir a desigualdade social é necessário planejamento econômico e boa
vontade política. O problema da pobreza não é um fenômeno inevitável. Para além
da política, não podemos deixar de questionar porque apesar da fé e da
dedicação à religião por parte da população brasileira, o discurso da inclusão
e da fraternidade não se torna realidade. Parece que a religião está preocupada
demais em salvar almas e não tem um projeto para resolver os males da
humanidade.
A inversão de prioridades na
religião impede que grandes ideais como igualdade e fraternidade sejam
praticados em grande escala na sociedade. Os discursos éticos laicos também não
conseguem muita adesão. E quando o cidadão religiosamente e eticamente relaxado
entra para a vida política promoverá sempre mais medidas que não incluem o pobre.
Neste sentido, a pretensão da religião salvar a humanidade é um fracasso.
É necessário que se promova uma
Revolução Solidária que comprometa compromissos individuais e públicos em favor
da igualdade. A religião como uma atividade que promove valores tem sua culpa
quando não faz isso. Reconhecer o direito de bem-estar do próximo deveria ser o
maior mandamento. E isso está no cerne do cristianismo no discurso de Jesus,
mas se ignora isso na prática por conveniência. No silêncio covarde da sociedade,
há a convicção de que é preciso ter pobres para sustentarem os ricos.
[1]
OXFAM Brasil. A Distância
que nos Une: Retrato das Desigualdades Brasileiras. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
. Acesso em 26 set. 2017.