terça-feira, 26 de setembro de 2017

Ética e Inclusão Social



O FRACASSO DA RELIGIÃO NA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE

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            A Ong Oxfam divulgou um relatório nesta segunda, 25/09, sobre a desigualdade social no Brasil. No relatório intitulado “A Distância que nos Une”, há dados estarrecedores como a constatação de que seis bilionários brasileiros têm a mesma riqueza que 100 milhões. No mundo, 1% mais rico possui a mesma riqueza dos outros 99%. 700 milhões de pessoas no mundo vivem na extrema pobreza.
            Nos últimos 15 anos, o Brasil retirou da pobreza mais de 28 milhões de pessoas. Mas o Brasil ainda tem 16 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. A partir de 2014, com a crise econômica e com as medidas governamentais agressivas esta conquista pode se perder. O Banco Mundial prevê até o final de 2017 o crescimento de 3,6 milhões de pobres no Brasil.[1]
            Para reverter esta situação e diminuir a desigualdade social é necessário planejamento econômico e boa vontade política. O problema da pobreza não é um fenômeno inevitável. Para além da política, não podemos deixar de questionar porque apesar da fé e da dedicação à religião por parte da população brasileira, o discurso da inclusão e da fraternidade não se torna realidade. Parece que a religião está preocupada demais em salvar almas e não tem um projeto para resolver os males da humanidade.
            A inversão de prioridades na religião impede que grandes ideais como igualdade e fraternidade sejam praticados em grande escala na sociedade. Os discursos éticos laicos também não conseguem muita adesão. E quando o cidadão religiosamente e eticamente relaxado entra para a vida política promoverá sempre mais medidas que não incluem o pobre. Neste sentido, a pretensão da religião salvar a humanidade é um fracasso.
            É necessário que se promova uma Revolução Solidária que comprometa compromissos individuais e públicos em favor da igualdade. A religião como uma atividade que promove valores tem sua culpa quando não faz isso. Reconhecer o direito de bem-estar do próximo deveria ser o maior mandamento. E isso está no cerne do cristianismo no discurso de Jesus, mas se ignora isso na prática por conveniência. No silêncio covarde da sociedade, há a convicção de que é preciso ter pobres para sustentarem os ricos.


[1] OXFAM Brasil. A Distância que nos Une: Retrato das Desigualdades Brasileiras. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf . Acesso em 26 set. 2017.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Latim hoje



QUEM DISSE QUE O LATIM É UMA LÍNGUA MORTA?

Daniel Gallagher, principal latinista do Vaticano.

            De fato o latim não é uma língua nacional, nem materna de algum cidadão, mas é relativamente falada em associações de latinistas em eventos organizados para esses fins, e amplamente utilizada em textos. A partir do Renascimento continua sendo produzida uma literatura em latim. Um dos grandes guardiões do latim é, sem dúvida, a Igreja Católica. No Vaticano há uma academia e escritório de letras latinas.
            Os documentos oficiais da Igreja Católica são traduzidos para o latim. Sete padres compõem o Escritório de Letras Latinas. O coordenador do corpo de tradutores é o estadunidense Daniel Gallagher. Seu trabalho passou a ser comentado depois que foi divulgado quem era o tradutor dos tuítes do papa. Nos trabalhos do escritório, os latinistas procuram manter viva a língua.