sábado, 1 de janeiro de 2011

Homenagem Póstuma

MUITO ALÉM

Esta é uma homenagem a Aristides, o pequenino;
Que nasceu homem e morreu menino.

Tudo que restou de nós dois
São apenas umas imagens e assinaturas
Gravadas em arquivo de família
E todas as emoções e aventuras
Se esvaíram dentro de segundos
E tu levaste com teu último suspiro
Tu que fomos pai e filho e amigo.

Não adianta presunção,
Pinta de modernos,
Quando a mortalha nos cobre,
Descobrimos que não somos eternos,
Somente um amor imenso
Que atravessa os meus sonhos
E me deixa pelo avesso
Quanto mais me tenta matar a saudade,
Menos eu esqueço.

Mas aquela hora choro sem jeito
E sinto tudo me dilacerando o peito!

Tuas lições serão perenes em mim,
Tua franqueza e tua indulgência,
Fortaleza na hora do sim
E compaixão no momento do não:
Tudo que restou de mim e de você
Vai mais além de uma fotografia,
Tudo que levarei comigo todo dia
...o homem que me tornei....
Tão ambíguo...doce...e rude...
Ao mesmo tempo.
Mas tentei te amar mais que pude!

Meu pai, meu pai, meu mestre.

Conceição de Ipanema, 28 de junho de 2010.

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