HISTÓRIA DA FILOSOFIA NO BRASIL
QUADRO CRONOLÓGICO
PERÍODO | FILOSOFIA | PENSADORES | SÍNTESE |
Século XVI ao XVIII | Segunda Escolástica Portuguesa | Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes, Antônio Vieira. | A filosofia foi introduzida no Brasil pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda. Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo tomismo. |
1772 a 1830 | Empirismo mitigado | Luiz Antônio Verney, Silvestre Pinheiro Ferreira. Marquês de Pombal (Patrocinador das reformas educacionais que possibilitaram a adoção do empirismo). | Com as reformas do Marquês de Pombal surgiu o empirismo mitigado que era caracterizado por uma visão cientificista. Silvestre Pinheiro Ferreira introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo. |
1818 a 1830 | Kantismo e krausismo | Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Antônio Ildefonso Ferreira, Diogo Antônio Feijó, Vicente Ferrer Neto Paiva. | A entrada da filosofia kantiana no Brasil se deu pela primeira vez através de Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) que ministrou aulas sobre Kant |
1850 a 1880 | Ecletismo espiritualista | Eduardo Ferreira França, Domingo Gonçalves de Magalhães. | Os ecléticos procuraram dar uma resposta espiritualista ao problema do homem e da liberdade. Eles retomaram o aspecto espiritual negligenciado pelo empirismo. |
1840 a 1870 | Tradicionalismo | Romualdo Antônio de Seixas, de Antônio Rangel Torres Bandeira, Pedro Autran da Mata Albuquerque, Braz Florentino Henrique de Souza | Romualdo, arcebispo da Bahia, na década de 40, passou a combater o ecletismo. Propunha o tradicionalismo e defendia a monarquia constitucional. O religioso editou o “Compêndio de Filosofia Elementar”. |
1870 | Surto de novas ideias | Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Pereira Barreto, Tobias Barreto, Sílvio Romero, Clóvis Bevilacqua, Artur Orlando, Fausto Cardoso. | Na década de 70 do século XIX, houve segundo Sílvio Romero um “surto de novas ideias”. Com as transformações sociais e políticas dentro do Império passa predominar no país o espírito crítico. |
1870 a 1930 | Positivismo | Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Lins, Júlio de Castilhos, Benjamin Constant Botelho de Magalhães. | O positivismo prima pelo cientificismo que se caracteriza como um movimento de exaltação da ciência e de apresentação da mesma à sociedade como indispensável. Então, a idéia de ciência é aplicada a todas as esferas da vida. |
1860 a 1914 | Escola de Recife | Tobias Barreto, Sílvio Romero, Artur Orlando. | A Escola de Recife foi iniciada por Tobias Barreto na década de 60 do século XIX. Propõe-se a combater o positivismo, entende a filosofia no sentido neo-kantiano como crítica da ciência. A escola desenvolve o culturalismo, ou seja, a criação humana é vista como objeto filosófico. |
1893 a 1923 | Castilhismo | Júlio de Castilho, Borges de Medeiros. | Esta teoria política propõe que o poder legislativo não seja autônomo, as leis são elaboradas pelo executivo. A presidência tem direito à reeleição, prima-se por um autoritarismo republicano. A origem do poder é o saber. |
1930 | Marxismo | Leônidas de Rezende, Hermes Lima, Edgardo de Castro Rabelo, Caio Prado Júnior. | O marxismo teve dois segmentos: O acadêmico e o político. Este foi representado por Caio Prado Júnior. |
1930 a 60 | Surto tomista | Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima, Leonardo Van Acker. | Nesta fase, vários pensadores brasileiros faz conciliações do tomismo com outras filosofias: Alvino Moser (existencialismo), Antônio Joaquim Severino (fenomenologia), Evaldo Pauli (kantismo) e Ireneu Penna (maritainismo). |
A partir da década de 40 | Culturalismo | Alcides Bezerra, Djacir Menezes, Miguel Reale. | É uma das mais importantes correntes filosóficas do século XX. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Esta corrente quebrou o cientificismo vigente no país e centrou seu pensamento sobre o homem e na sua criação (cultura). |
A partir Da década de 60 | Socialismo e Projeto imanentista da libertação | Henrique Cláudio de Lima Vaz, Leonardo Boff e Paulo Freire. | A característica desses pensadores é a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e teológica. Próximo a esse grupo destaca-se o marxista Caio Prado Júnior. |
Referência bibliográfica:
PAIM, Antônio. A filosofia Brasileira. 1ª edição. Maia: Gráfica Maiadouro, 1991.
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