Desafios da Convivência entre crentes e ateus
A VERDADE DA FÉ E A VERDADE DA RAZÃO
Acabo de ler o livro “Deus
existe?”. E recomendo! É a transcrição de um debate entre o cardeal Joseph
Ratzinger e o filósofo ateu Paolo Flores d’ Arcais em Roma, no ano de 2000.
Percebi a difícil a tarefa de conciliar fé e razão durante a leitura deste
livro. No debate, Ratzinger defende a demonstração racional da fé e a origem na
natural dos direitos humanos. D’Arcais, por sua vez, fala sobre o absurdo da fé
e que ela não pode ser defendida racional. Além disso, afirma que é falsa a
origem natural dos direitos humanos que ele chama de direitos civis.
É realmente um debate
muito difícil. Razão e fé são formas muito distintas de buscar a verdade.
Aliás, é preciso ter cuidado com esta pretensão de possuir a verdade. Não é um
caminho sensato racionalizar a fé e nem é indicado adotar a fé sem o mínimo de
compreensão racional. O fideísmo, o fundamentalismo, são facetas perigosas da
fé.
Por outro lado, a razão
não pode sentir-se absoluta e no direito de proibir as pessoas de terem fé. No
fundo, há obrigação de um respeito mútuo. São igualmente reprimíveis tanto o
ateísmo absoluto, pouco conhecedor da história e fundamento das religiões, quanto
a fé sem conhecimento das ciências naturais e humanas.
Cardeal Ratzinger (Bento XVI) e o filósofo Paolo Flores D' Arcais. |
No Brasil, cresce um tipo
de evangelismo pentecostal que não está aberto ao diálogo. A sua vertente
católica é a linha da Renovação Carismática. Não são todos, há pessoas nesses
meios e é uma grande quantidade de pessoas que:
Abominam ateus, homossexuais, liberdade de expressão, demonizam a
ciência e todas as outras religiões. Não queremos viver um novo teocentrismo.
Para uma jovem democracia como o Brasil é muito complicado. Perderíamos muitas
conquistas do Estado laico. O caminho é tolerância sempre! Chegar a um consenso
é tarefa quase impossível. Ninguém vai querer ceder.
1 comentários:
Se racionalizarmos ao extremo,
com certeza, negaremos a existência de um ser superior. A razão só nos convida a acreditar no que é concreto, por isso existem os ateus.
Sou contra tudo que nega a razão, creio até que não fazermos uso dela é uma ofensa a "Deus", afinal não somos racionais por acaso.
Em contrapartida, creio que o homem não pode negar sua emoção, sua espiritualidade. Diante de um homem morto, vemos uma pedra, algo sem nenhum valor. A vida, a alma, é que dá sentido a tudo.
Creio em Deus (no Rei do Universo), não como o concebia como criança. Sou contra todo tipo de fanatismo em qualquer corrente religiosa. Considero um grande perigo! Coloco minha vida nas mãos de Deus todos os dias, como um amigo, um bom parceiro, um fluxo de boas energias, mas sei que tenho que fazer a minha parte.
A vida não se justifica se tudo se encerrar nesta dimensão.
As maiores confusões são formadas pelas instituições, que nada tem a ver com Fé, mas com homens movidos pelos próprios interesses.
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