sábado, 21 de março de 2020

AS REPRESENTAÇÕES NEGATIVAS E COVID-19


Em tempos de crise, vamos buscar consolações na filosofia. Epicuro de Samos e Epicteto são filósofos da antiguidade que podem nos ajudar muito com seus conselhos morais.
Segundo Epicteto, “as coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas”. Em tempos de crise, devemos procurar manter uma opinião sobre os fatos que nos possibilitem encontrar a tranquilidade. A opinião que temos do sofrimento e da morte torna tudo mais difícil.

As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas. Por exemplo a morte nada tem de terrível ou também a Sócrates teria se afigurado assim , m as é a opinião a respeito da morte de que ela é terrível que é terrível! Então, quando se nos apresentarem entraves ou nos inquietarmos ou nos afligirmos, jamais consideremos outra coisa a causa, senão nós mesmos isto é as nossas próprias opiniões.[1]

A opinião sobre um acontecimento faz toda a diferença. Existem muitas possibilidades sobre o futuro. Se você escolhe se preocupar com as possibilidades menos relevantes, comprometerá o cuidado com o momento. Portanto, procure pensar na possibilidade de que as coisas vão ocorrer bem e esteja firme para fazer o que é necessário no tempo preserve. O pensamento negativo sobre o futuro compromete nosso presente. Se superarmos as representações nocivas sobre os fatos, conseguiremos manter a nossa tranqüilidade.
Com o pensamento positivo, teremos mais condições de tomar nossos cuidados.De acordo com Epicuro, a vida feliz depende da prudência.[2] Ser prudente é prever os futuros danos e se antecipar no cuidado. Muitas vezes, para termos prazer no futuro, devemos renunciar algumas coisas. A prudência manda a gente prevenir. Não temos certeza do desenrolar das coisas, mas se agirmos com cautela, não teremos motivos para arrependimentos.

Sejamos prudentes, sem entrar em pânico! Fique casa. Cuide de sua higiene. Vai passar!



[1] EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto.  São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012, p. 19.
[2] EPICURO. Carta sobre a Felicidade. São Paulo: Editora UNESP, 2002. P. 45.

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