sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Peças Teatrais

A VIDA DE MARIA, MÃE DE JESUS


CENA I
(Entra a música Padre Zezinho “História da Maria”.) (Olá, meus irmãos! Meu nome é Maria. Eu nasci em Séforis, no ano 15 antes de Cristo. Eu moro em Éfeso com João. Eu vou contar a minha história para vocês. Tudo começou com meus pais Joaquim e Ana. Eles não conseguiam ter filhos. Meu já tinha feito promessas a Deus e se isolou no deserto. Eis que se lhe apresentou o anjo de Deus, e trouxe para meus pais uma boa nova.)
GABRIEL: Ana, Ana, o Senhor escutou teus rogos! Conceberás e darás à luz e de tua descendência se falará em todo o mundo.
ANA: Viva o Senhor meu Deus, que, se eu chegar a ter algum filho, seja menino ou menina, eu o levarei como oferenda ao Senhor e estará a seu serviço todos os dias de sua vida.
DOIS MENSAGEIROS (batendo à porta): Joaquim, teu marido, está de volta com seus rebanhos, pois um anjo de Deus desceu até ele e lhe disse que o Senhor escutou seus rogos e que Ana, sua mulher, terá um filho.

CENA II
(Meu pai também foi avisado de que Ana, minha mãe, teria um filho. Então Joaquim voltou para casa com seus rebanhos, estava Ana à porta e, ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço porque pensava que estava viúva.)
ANA: Joaquim!
JOAQUIM: Ana!
ANA: Agora vejo que Deus me abençoou muito, pois, pensei que estava viúva, deixo de sê-lo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre.
JOAQUIM: Que maravilha, o Senhor escutou as nossas preces!

CENA III
(Assim a alegria vou a reinar naquele lar. Meses depois, quando Joaquim retornava do templo e um servo vai correndo lhe dar uma alegre notícia.)
SERVO: Joaquim, corra. Ana acabou de dar à luz uma menina.
JOAQUIM: Meu Deus que alegria! (Os dois saem às pressas, lá encontram Maria deitada com a menina nos braços ao lado da parteira).
ANA: Minha alma foi engrandecida.
JOAQUIM: Ela vai se chamar Maria. Concorda, Ana?
ANA: Sim. É um nome muito bonito.

CENA IV
(Foi assim que se deu nascimento. Quando completei um ano, Joaquim deu um grande banquete, para o qual convidou os sacerdotes, os escribas, o sinédrio e todo o povo de Israel. Apresentou-me aos sacerdotes, que me abençoaram e desejaram coisas maravilhosas para o meu futuro.)
SUMO SACERDOTE: Ó Deus de nossos pais, bendiz esta menina e dá-lhe um nome glorioso e eterno por todas as gerações.
CONVIDADOS: Assim seja, assim seja! Amém!
SACERDOTE: Ó Deus Altíssimo, põe teus olhos nesta menina e dá-lhe uma bênção perfeita, acima de todas as outras bênçãos.
ANA: Entoarei um cântico ao Senhor meu Deus, porque me visitaste, afastaste de mim a desonra diante de meus inimigos e me deste um fruto filho. Quem dará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana está amamentando? Ouvi, ouvi, ó Doze Tribos de Israel: Ana está amamentando!

CENA V
(O tempo passou. Completei meus dois aninhos. Meus se lembraram da promessa de me consagrar ao templo.)
JOAQUIM: Levemo-la ao templo do Senhor para cumprir a promessa que fizemos, para que Senhor não a reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos.
ANA: Esperamos, todavia, até que complete três anos, para que a menina não tenha saudades de nós.
JOAQUIM: Esperaremos.
(No ano seguinte, resolveram cumprir a promessa. Foram a Jerusalém. Assim fizeram, enquanto, iam subindo ao templo de Deus. Lá me recebeu o sacerdote, o qual, depois de ter me beijado, me abençoou e profetizou a meu respeito. Mas eu era muito pequenina ainda para entender aquelas coisas.)
SACERDOTE: O Senhor engrandeceu teu nome diante de todas as gerações, pois, no final dos tempos, manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel.
(Eu fui bem recebida no templo.Eles pediram e eu dançei diante dos sacerdotes e dos meus pais. Depois disso, o sacerdote me conduziu para dentro do templo. Joaquim e Ana me deixaram no templo para servir a Deus e aprender sua lei).

CENA VI
(Assim meus doze primeiros anos foram dedicados ao templo. A partir desta idade uma moça não deveria ficar no templo, deveria se casar.)
SACERDOTE: Eis que Maria completou doze anos no templo do Senhor. Que faremos com ela, agora, antes que se torne moça no santuário?
SUMO SACERDOTE: Tu que tens o altar ao teu cargo, entra e ora por ela. O que o Senhor te disser, isso será o que haveremos de fazer.
(Depois de os sacerdotes conversarem sobre meu casamento, o sumo sacerdote, cingindo-se com o manto das doze sinetas, entrou no Santo dos Santos e orou por mim. Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu e lhe ordenou uma solução.)
GABRIEL: Zacarias, Zacarias, sai e reúne a todos os viúvos do povoado. Que cada um venha com um bastão e o daquele em que o Senhor fizer um sinal particular, deste será ela a esposa.
SUMO SACERDOTE: Saí por toda a região da Judeia e trazei aqui todos os viúvos.
(Então, saíram os mensageiros por toda a região da Judéia e, ao soar a trombeta do Senhor, todos acudiram. Em seguida, vários homens honrados. E, imaginem só! José estava entre eles).
JOSÉ: Meu Deus!
SUMO SACERDOTE: A ti coube a sorte de receber sob tua guarda a Virgem do Senhor.
JOSÉ: Tenho filhos e sou velho, enquanto que ela é uma menina. Não gostaria de ser motivo de zombaria por parte dos filhos de Israel.
SACERDOTE: Teme ao Senhor teu Deus e tem presente o que fez Ele com Datã, Abirom e Coré, de como abriu-se a terra e foram sepultados por sua rebeldia. Teme agora tu também, José, para que não aconteça o mesmo a tua casa.
JOSÉ: Tomei-te do templo. Deixo-te agora em minha casa e vou continuar minhas construções. Logo voltarei. O Senhor te guardará.
MARIA: Vamos, José, se é da vontade do Senhor!

CENA VII
(Eu e José fomos morar em Nazaré. Nessa época, meus pais tinham falecido.Certo dia, saí para buscar água e tive uma surpresa. Um anjo me apareceu.)
GABRIEL: Deus te salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres!
(Eu não entendi nada. Olhei à minha volta, à direita, à esquerda, sem encontrar o dono da voz, corri para dentro de casa e comecei a tecer. Mas um pouco pensativa!)
GABRIEL: Não temas, Maria, pois alcançaste graça diante do Senhor onipotente e vais conceber por Sua palavra!
MARIA: Deverei eu conceber por virtude de Deus vivo e haverei de dar à luz como as demais mulheres?
GABRIEL: Não será assim, Maria, pois a virtude do Senhor te cobrirá com sua sombra. Depois, o filho que deverá nascer de ti será chamado de Filho do Altíssimo. Seu nome será Jesus, pois Ele salvará seu povo de seus pecados.
MARIA: Eis aqui a escrava do Senhor em Sua presença. Que isto aconteça a mim conforme Sua palavra.

CENA VIII
(Meus irmãos! No início não compreendi bem o que tinha acontecido comigo. Mas com o passar do tempo, fui aceitando e entendendo. Ao sexto mês de gravidez, José voltou de suas construções, e ao entrar em casa, deu-se conta de que eu estava grávida. Então, feriu seu próprio rosto, jogou-se no chão sobre uma manta e chorou. Realmente era um fato inaceitável para um homem justo.)
JOSÉ: Como é que me vou apresentar agora diante do meu Senhor? E que oração direi eu agora por esta jovem, pois que a recebi virgem do templo do Senhor e não a soube guardar? Será que a história de Adão se repetiu comigo? (Levantando-se, José chama Maria e diz-lhe).
JOSÉ: Predileta como eras de Deus, como foste capaz de fazer isso? Acaso te esqueceste do Senhor teu Deus? Com pudeste manchar tua alma, tu que te criaste no Santo dos Santos?
MARIA: Sou pura e não conheço homem algum.
JOSÉ: De onde, pois, provém o que carregas no ventre?
MARIA: Pelo Senhor, meu Deus, eu juro que não sei como aconteceu.
(Maria fica chorando, enquanto José se retira pensativo).
JOSÉ: Se escondo seu erro, contrario a lei do Senhor. Se a denuncio ao povo de Israel, temo que o que acontecer a ela se deva a uma intervenção de Deus e venha a entregar à morte uma inocente. Como deverei proceder, pois? Mandá-la embora às escondidas?
(Á noite, Gabriel aparece a José em sonhos, dizendo-lhe).
GABRIEL: Não temas por esta moça, pois o que ela carrega em suas entranhas é obra do Espírito Santo.
JOSÉ (Se levanta e vai até Maria): Maria, Maria, acorda! Eu já sei o que acontece. Fica sossegada.
MARIA: Graças ao meu Senhor! (Eles se abraçam se consolando).

CENA IX
(Depois de um dilema terrível, José soube da verdade através da revelação do anjo. Eu fiquei grávida pela ação do Espírito Santo. Anás, sumo sacerdote daquela época, soube da gravidez. Então, convocou a gente para explicar o ocorrido. Foram dias de angústia para mim!)
ANÁS: Esse José, por quem respondes, cometeu uma falta grave.
SACERDOTE: Que queres dizer com isso?
ANÁS: Pois violou aquela virgem que recebeu do templo de Deus, com fraude de seu casamento e sem manifestá-lo ao povo de Israel.
SACERDOTE: Estás certo de que foi José que fez tal coisa?
ANÁS: Manda buscar os dois.

(Eu e José tivemos de nos apresentar diante dos sacerdotes e explicar a minha gravidez. Que momento doloroso!)
ANÁS: Maria, José, como fizestes tal coisa? O que vos levou a manchar a vossa alma e a vos esquecerdes do Senhor Deus?
MARIA: Juro pelo Senhor meu Deus que estou pura em sua presença e que não conheci homem algum.
JOSÉ: Juro pelo Senhor meu Deus, que me encontro puro com relação a ela.
SACERDOTE: Vamos ver se dizem a verdade. Trazei a água da prova. (Alguém traz água). Bebei!
(Tempos depois, nada acontece aos dois).
ANÁS: Posto que o Senhor não declarou vosso pecado, tampouco irei condenar-vos.
(Eles voltam pra casa).

CENA X
(Depois da prova, nada foi encontrado de errado conosco. Depois de muita de desconfiança, indiretas e de conversas atravessadas, minha gravidez transcorreu bem e chegou aos últimos dias. Eis que veio uma ordem do imperador Augusto para que se fizesse o censo de todos os habitantes de Belém da Judéia. José tinha de se recensear lá.)
MENSAGEIRO: O Imperador Augusto decreta que todos vão se recensear em Belém nestes dias!
JOSÉ (entrando em casa): Maria, precisamos ir a Belém.
MARIA: Caríssimo, como vou fazer com esse barrigão!
JOSÉ: Devagar a gente chega lá e procura uma hospedaria. (Apontando). Tiago e Josetos buscai a mula. Lísia e Lídia, fazei as trouxas. Judas e Simão, preparai pães para levarmos na viagem.
(E quando nos aproximamos de Belém, comecei a sentir as contrações para o parto. Estávamos na estrada. A cidade estava lotada. Uma parteira era alguém raro de se encontrar naqueles dias.)
MARIA: Desça-me, caríssimo, porque a hora do parto está se aproximando.
JOSÉ: Aonde poderia eu levar-te para resguardar teu pudor, já que estamos em campo aberto?
TIAGO: Pai, ali tem uma caverna.
JOSÉ: Muito bem! Maria, vamos pra lá. Os meninos guardam a entrada. (Mas, José saiu correndo e chamou uma parteira que encontrou nos arredores da cidade.)
JOSÉ: Maria, aqui está a parteira. (A criança nasce).
PARTEIRA: Minha alma foi engrandecida, porque meus olhos viram coisas incríveis, pois nasceu a salvação para Israel.

CENA XI
(Naqueles dias, nos transferimos para o porão de uma hospedaria da cidade. Mas logo se espalhou a notícia do nascimento do meu filho Jesus. Os pastores e os magos espalharam o ocorrido. Herodes se sentiu ameaçado quando os magos disseram que ele era o rei dos judeus. Um dia, a situação se agravou e José chegou até mim assustado).
JOSÉ: Maria, alguns magos estavam procurando pelo recém-nascido Rei dos Judeus. Herodes ficou irritado e ordenou o assassinato de todos meninos menores de dois anos. Precisamos fugir para o sul.
MARIA: Então, vamos depressa. Temos de salvar Jesus!
JOSÉ: Meninos, vamos partir!

CENA XII
(Nós fugimos para o Egito e lá permanecemos algum tempo até terminar o tempo de amamentação de Jesus. Voltamos para Nazaré. Jesus cresceu um menino sábio e cheio de santidade. Quando chegou a sua juventude se despontou como um profeta. Eles operava milagres e libertar pessoas. Sua fama se espalhou por toda a região).
JESUS: O Espírito do Senhor está sobre mim, pois me ungiu para evangelizar os pobres. enviou-me para curar os feridos do coração, a pregar liberdade aos presos, e a restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
ALGUÉM 1: Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, Josetos, Simão e Judas?
ALGUÉM 2: E suas irmãs Lísia e Lídia, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?
JESUS: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum. Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
(A multidão fica enfurecida. Ele sai entre eles).

CENA XIII
(Meu filho Jesus assumiu uma posição muito radical diante das autoridades da época. Seu amor ao próximo, sua intimidade com Deus e suas denúncias da corrupção do templo o levaram à prisão e à morte. Mas fez muitos discípulos. Depois de sua morte, eu fui com João morar em Éfeso. Os apóstolos se separaram para fundar comunidades em todas as regiões conhecidas da época.) (Entra a música - Padre Zezinho: Filho de Carpinteiro.)
JOÃO: Maria, eu vou te proteger como prometi ao Senhor antes de sua morte.
MARIA (triste): Sim, meu filho. Eu não tenho mais Jesus comigo, mas sinto confortada ao teu lado.
(Antes de ir para Éfeso, a comunidade se reuniu e planejou a difusão do Evangelho.)
MARIA: Irmãos, agora que meu filho subiu aos céus, cabe a nós cuidar do Evangelho de Deus. Peço a Pedro que dê as orientações de como vamos ler adiante a missão de Jesus.
PEDRO: Agora que fomos animados pelo Espírito Santo. Penso que cada apóstolo deveria partir para uma região do mundo para anunciar o Evangelho.
JOÃO: Penso levar Maria comigo para Éfeso.

CENA XIV
(Irmãos, sou eu João! Maria estava contando a história de sua vida para nós, mas essa narrativa foi interrompida por sua morte. Eu continuo essa história. Depois de alguns anos em Éfeso, fomos supreendido com sua partida. Foi mais ou menos pelo ano 42, depois de Cristo. E foi assim que se deu a sua morte.)
GABRIEL: Maria, mãe de Jesus daqui a três dias tu repousarás eternamente.
MARIA: Oh, seja feita a vontade de meu Senhor.
(Naquela noite, em que Maria recebeu um aviso do anjo, eu a encontrei morta na sua cama, em casa de João.)
JOÃO: Minha mãe, por que não se levantou? (Sacudindo Maria, desesperado). Pedro, irmãos, Maria faleceu (Do lado de fora da tenda. Todos vêm correndo): Maria está morta. (Choros).

CENA XV
(Tudo foi muito difícil para nós. Maria foi uma pessoa excelente. Todos saíram em silêncio levando o corpo para o sepulcro. Tomé estava ausente. Depois do sepultamento, os discípulos permaneceram tristes sentados na sala. E quando Tomé chegou tivemos uma surpresa.)
TOMÉ: Irmãos, por que todos estão tristes?
JOÃO (Abraçando Tomé): Maria morreu, Tomé!
TOMÉ: Não morreu. Eu não acredito.
PEDRO: Foi verdade! Nós já a sepultamos.
TOMÉ: Eu quero ver o túmulo. Vamos lá, mostrai-me.
PEDRO: Está bem. Vamos lá ver.
(Então, Tomé, João, Pedro e os outros discípulos saíram para ver o túmulo. Tomé insistiu em ver o corpo. Ele não estava mais lá, ficamos surpresos!)
JOÃO: O corpo não está aqui.
PEDRO: O que aconteceu?
TOMÈ: Eu quero saber.
(Tomé corre para fora e pergunta a um jardineiro).
TOMÉ: Sepultaram aqui e seu corpo desapareceu.
JARDINEIRO: Não sei. Só sei que vimos ao anoitecer anjos cantando e um homem vestido de sol levando em seus braços uma mulher. Sumiram no horizonte voando e se esconderam entre as nuvens.
TOMÉ: Meu Senhor e meu Deus!

(Entra a música Vida Reluz “Perfeito Quem te Criou”.)

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