SE O MUNDO ACABASSE ESTA SEMANA
José
Aristides da Silva Gamito
Se
o mundo acabasse esta semana, a história da humanidade não acabaria bem. Este ‘fim’ jamais poderia ser entendido como
conclusão de um processo. O capitalismo e o avanço da tecnologia trouxeram um
mundo maravilhoso à nossa disposição, mas essas vantagens não são inclusivas. A
comunicação, o transporte, o conforto doméstico e a medicina são exemplos de
passos gigantescos e positivos dados pelo homem nos últimos dois séculos.
Mas
por outro lado, segundo dados da FAO, quase 870 milhões de pessoas passam fome
no mundo, ou seja, 12, 5% da população mundial não têm o que comer. Além disso,
a recente crise mundial estagnou a diminuição da pobreza em países
desenvolvidos como ocorria anteriormente.
Neste
mundo que há fome, há trabalho escravo, há tráfico de mulheres, há extermínio
de jovens nas disputas do narcotráfico. Depois de duas guerras mundiais, ainda
persistem guerras civis e étnicas intermináveis em muitos países. E a violência
urbana cresce cada vez mais nos grandes centros. Este é o mundo em que 92% das
pessoas creem em Deus. Pelo menos é o que sugere uma pesquisa da BBC realizada
em 10 países. Ou seja, a mensagem de fraternidade e de solidariedade dessas
religiões não é capaz de conter as mazelas morais do mundo.
Mesmo
se considerássemos este ‘fim’ de forma utópica, como o fim de um mundo de
desigualdades, nós teríamos muito trabalho pela frente. Pois este mundo novo
tão sonhado deve ser construído por nós. Analisar o mundo presente não é fácil,
são tantas contradições que não sabemos se devemos ser pessimistas ou
otimistas. Mas pelo menos é o mundo que temos (proposição realista) e que não
vai acabar tão cedo!
0 comentários:
Postar um comentário