A práxis política
brasileira se consolidou como uma rede de troca de favores. Não há ideologias
fixas, nem princípios éticos irrenunciáveis. Toda forma de manutenção no poder,
seja no centro, seja no entorno, tornou-se lícita. Quem faz carreira política
já se conformou que não tem outro jeito de fazer “política”.
A operação Lava Jato e
outras que investigam crime de corrupção são muito importantes, porém, a mídia
e o sistema político utilizam a indignação e o senso de justiça popular para
fazer novas negociações em cima de iniciativas que poderiam resultar em justiça
de fato. Quando alguém aparece no meio político com discurso justiceiro somos
enganados mais uma vez, nada mais é do que outro corrupto querendo se promover
sob o a égide da honestidade.
E onde fica a esperança do
povo nisso tudo? Sempre perdida. O mais desonesto de tudo é que as campanhas
eleitorais utilizam essa necessidade de esperança do povo para angariar
eleitores. As promessas não correspondem à realidade, mas o anseio por mudança
é tão grande que os eleitores acabam apostando em lobos em lugar de ovelhas.
Mas e o povo? O povo é a
fonte dos políticos. Se a honestidade anda tão rara, a chance de sair políticos
honestos e justos da nossa sociedade é pequena. Hoje se alguém devolve um
dinheiro que achou na rua, isso vira notícia. A surpresa que há neste fato não
é boa! A expectativa geral parece ser de que ninguém devolve o que acha. Mas
quando o eleitor negocia seu voto, briga por causa de política partidária e faz
de tudo para apresentar seu candidato como honesto, ele abre espaço para a
corrupção se instalar de vez na política.
Não pra conformar que
política é assim mesmo! Ser desonesto, mentiroso, fazer jogo duplo com a
verdade, não são vantagens. Isso não pode ser apresentado no lugar dos valores
morais. O ponto fraco de nossa luta
contra a imoralidade na política é que o povo continua produzindo corruptos que
serão os futuros políticos!
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