Crédito: Petar Pismestrovic |
O QUE O FENÔMENO TRUMP REVELA AOS BRASILEIROS?
A imprevisível eleição de Donald Trump
como presidente dos Estados Unidos revela para nós brasileiros uma
transformação na geração de eleitores que não está presente somente lá, mas
também aqui no Brasil. Há uma nova maneira de pensar política emergindo por aí
e que parece que vai avançar!
A tendência atual é a elite tradicional
e jovens de classe média optarem por candidatos que apresentam um discurso
promissor, bombástico, antiesquerda, politicamente incorreto e que prometem
realizar mudanças radicais. O discurso vem sempre marcado pelo tom moralizador,
de salvador da pátria. Isso pega de cheio os eleitores decepcionados com os
políticos tradicionais e de discurso politicamente correto.
Do ponto de vista econômico, classes
sociais apostam nessas figuras procurando uma política de recuperação de
prestígios. Além disso, as transformações dos valores sociais ocorridas nos
anos 80 e 90 trouxeram para a política obrigações de atender minorias, ampliar
serviços para a classe pobre, tolerar migração. Mas esse discurso é tolerado
enquanto a elite não tiver seu espaço dividido. Com a crise, o desemprego e
milhares de imigrantes disputando postos de trabalhos com os nativos, tudo isso
gera uma insatisfação contra o politicamente correto, tolerante. Essa
insatisfação ocorre no Brasil. Os cidadãos sentem os efeitos da crise e se
revoltam contra a política dominante. Isso fez com que a esquerda no Brasil
enfraquecesse muito recentemente.
As chances de ocorrer um fenômeno
Trump no Brasil aumentam. Existe uma classe de brasileiros que tem as
características para votar em candidato com perfil semelhante. Esses cidadãos
são aqueles que são contra programas sociais, cotas étnicas, imigração dos
haitianos, e acreditam que “bandido bom é bandido morto”, que a causa do estupro
é o tamanho da roupa que a mulher usa. Ou seja, assumem um discurso
político-moral reacionário, politicamente incorreto e dizem que esses outros
valores são coisas de “comunistas”. Enfim, se deu Trump lá, pode dar Bolsonaro
aqui!
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