segunda-feira, 11 de junho de 2012

Aversão à política



POLITICOFOBIA: EM TEMPOS DE ELEIÇÕES A NÁUSEA DA SOCIEDADE AUMENTA

José Aristides da Silva Gamito*

Os escândalos de Brasília, propinas, mensalões e todo tipo de desmando político pelo país afora aumenta a politicofobia nos cidadãos. Em períodos de eleições, o clima esquenta e a rejeição à figura do político aumenta. Em pequenas cidades marcadas Por aquela disputa acirrada e, muitas vezes, bipartidária, a convivência fica bastante afetada. Será de onde vem tanta sede pelo poder? Em muitas cidades em período de campanha eleitoral, faz-se muita fofoca e pouca política.
Já se tornou corriqueiro no linguajar popular “este ano tem política!”. Ano de eleições tornou-se sinônimo de época de política. Mas será que não se faz política nos outros anos? O cidadão já decorou os discursos de campanha. Esses discursos são marcados por muita promessa e não têm relação com as atribuições dos cargos políticos pretendidos. E muita a gente acredita! Apesar de muita politicofobia, parece que muita gente ainda não perdeu a esperança e sempre acredita no surgimento de um bom político.
Se nós aceitarmos a ideia de que os políticos são todos iguais, aí vamos entregar a luta de vez. A instalação da politicofobia na sociedade se deu justamente pelo pouco envolvimento nosso no meio público. Primeiramente, muita gente através do comodismo e da conivência acabou contribuindo para o aumento da corrupção política. Depois, precisamos analisar se estamos mesmo preparados para uma política dentro dos moldes de um Estado democrático e laico. Já vi pessoas consideradas boas cedendo a pequenos atos de corrupção. Precisamos aprender a enxergar o espaço público como verdadeiramente público.
Enquanto, procuramos manter a esperança no aperfeiçoamento da democracia, vamos suportando a náusea das campanhas eleitorais, das besteiras ditas pelos analfabetos políticos. A solução é não esperar pela mudança dos outros, comecemos por nós mesmos. Se não existia ninguém honesto, vou ser o primeiro, então! Se cada um assumir sua parcela de responsabilidade social, teremos uma política sadia.

*Bacharel e licenciado em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e do Superior.

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