quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vida e mortalidade:


 
                  VIVER É TÃO BREVE     

José Aristides da Silva Gamito

Poema para refletir no dia que morre alguém


Como posso saber a exata dimensão do que é viver?
Há dias tão doces quanto ouvir uma canção em espanhol,
Há dias tão penosos que contamos as horas para tudo acabar.
Muita gente acorda feliz e anoitece com uma tragédia em sua história.

Para tudo mudar? Bastam segundos.
Tudo é devir! Tudo é incerteza!
Vivemos de apostas:
O amanhã é uma possibilidade!

O que vale tanta arrogância e tanta misantropia?
Apenas para deixar uma detestável biografia?
Cada dia nós escrevemos um epitáfio!
Candidatamo-nos a uma lápide!

Para tudo mudar? Bastam segundos.
Tudo é devir! Tudo é incerteza!
Vivemos de apostas:
O amanhã é uma possibilidade!

Morramos com mais dignidade e vivamos um dia mais humano,
Mas tudo sem prever, sem precisar sentir a desgraça como prenúncio
                         Para depois se descobrir mortal, efêmero, capaz de falhas.
Viver é tão breve e a nossa esperança é infinita!

Para tudo mudar? Bastam segundos.
Tudo é devir! Tudo é incerteza!
Vivemos de apostas:
O amanhã é uma possibilidade!

Então, apostemos em mais um dia
E façamos dele o mais belo, o mais coerente, o mais ativo!
Enquanto vivemos, façamos bem feito nosso último dia.
Pois, esta é nossa condição! Ou, talvez prefira viver como se não fosse!


Conceição de Ipanema, 20 de junho de 2012

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