quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Crítica e Cristianismo

O EVANGELHO DA TERRA E DA COMPAIXÃO


Ao longo da história, identificamos um cristianismo muito legalista e carrancudo, justamente tudo ao contrário do que percebemos no Jesus dos Evangelhos. Muitas igrejas continuaram o Deus do Antigo Testamento. Creio que elas pensam que ele é mais prático, soluciona mais os problemas advindos da vaidade humana. Mas, vamos ser francos. O deus do Antigo Testamento é um deus tribal, troglodita, rude e vingativo. Jesus revela o rosto de um deus mais ameno, paciente e compassivo. Porém, pelo que a gente percebe muita gente não gosta disso. Há gente que prefere um deus arma, pronto para disparar contra os inimigos. É um deus à imagem e semelhança do homem.
Nos Evangelhos, percebemos dois aspectos essenciais da mensagem de Jesus: Terra e Compaixão. Primeiro, se encararmos o famoso Sermão da Montanha (Mt 5), perceberemos o foco de Jesus em torno de problemas humanos e da justiça sociais. Percebemos ali quem herdará a terra e que são justificados aqueles que têm sede e fome de justiça e aqueles que promovem a paz. A partir do versículo 38, Jesus fala sobre um amor incondicional, sobre uma relação desinteressada e chega a afirmar a necessidade de ‘amar os inimigos’.
A compaixão predomina no discurso de Jesus em seus diversos encontros com pessoas excluídas pela sociedade da época: Os leprosos, a mulher adúltera, a samaritana. O ápice é o perdão que ele concede aos seus malfeitores. Portanto, ser compassivo é constitutivo da personalidade e da mensagem de Jesus.

Em Mateus 25, 31-46, existe uma narrativa que parece a conclusão da pregação de Jesus. Em seu juízo final, as pessoas condenadas são aquelas que negaram direitos fundamentais do ser humano como o direito a comer e a beber, à hospedagem, à liberdade. Portanto, o Evangelho se refere a uma boa notícia para a Terra e para que nela aconteçam os direitos das pessoas e elas se amem mutuamente. Portanto, toda Igreja que se prenda a focos particulares, elitistas, egoístas e mesquinhos não representam o Jesus dos Evangelhos.

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