sexta-feira, 25 de março de 2011

Política e Guerra:

INTERVENÇÃO NA LÍBIA: OS JUÍZES UNIVERSAIS ENTRAM EM AÇÃO

Mapa da Líbia (CRÉDITO: Guia Geográfico).

José Aristides da Silva Gamito

Mais uma vez as potências ocidentais assumem o papel de juízes universais e prometem democratizar um país, agredindo-o militarmente. No dia 18 de março, teve início na Líbia mais uma intervenção militar liderada pela prepotência dos Estados Unidos.  A mesma história se deu com o Afeganistão, em 2001, e com o Iraque, em 2003. É verdade que os Talibãs, o Sadam Hussein e o Muammar Khadafi violaram a liberdade dos cidadãos e os direitos humanos. Todos representavam ditaduras. Mas os Estados Unidos e seus aliados são oportunistas. Eles sempre usam o modelo de “democracia” ocidental para justificar uma intervenção militar para derrubar o ditador, mas, no fundo, o que eles querem é uma oportunidade para garantir seus interesses e influência nas regiões antiocidentalistas.
Esses ataques reforçam cada vez mais a diferença entre oriente e ocidente. Aliás, essas divisões não têm fundamentos geográficos, são na verdade guerras de ideologias e interesses econômicos entre o mundo “cristão capitalista” e o mundo “islâmico ditatorial”. Por trás da religião e da cultura esconde a ganância capitalista com a máscara da política.
As experiências no Iraque e no Afeganistão mostraram para o mundo que tais intervenções não são uma saída inteligente. O único resultado alcançado foi um país devastado, insegurança, mutilações e miséria para os civis. Além disso, essas tentativas de democratização representam a crise da ONU. Seu famoso Conselho de Segurança representa na verdade as aspirações bélicas dos Estados Unidos. Enquanto, o poder econômico for o principal critério para representar um organismo internacional como a ONU, nunca haverá um Conselho imparcial.
Outras consequências mais graves dessas guerras são o destino que os EUA dão aos prisioneiros de guerra, como exemplo, temos Guantânamo. Esta prisão é um campo de concentração autorizado, no qual os direitos humanos são violados. Enfim, o ideal de democracia ocidental é muito ambíguo e precisa de revisão. Do mesmo modo, precisa-se de uma urgente reforma de todos os organismos internacionais que têm como o objetivo a justiça e a paz no mundo. O Brasil seria um ótimo candidato a dar uma nova fisionomia à ONU.
           

*Bacharel em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e Superior.

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