sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ecologia:


ÁGUA, UM BEM AMEAÇADO DE EXTINÇÃO?

José Aristides da Silva Gamito

Há um século ou menos se disséssemos a um cidadão que a água potável era um bem finito, ele simplesmente riria de nós. Somente em tempos de debates ecológicos que chegamos a essa conclusão tão necessária à nossa sobrevivência. Segundo um recente estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), em 2050, 1 bilhão de pessoas não terão água. Apesar da ampla divulgação da situação da água no planeta, muita gente ainda não se deu conta desse fato de modo convincente.
Muitas cidades de rápido crescimento no mundo enfrentarão escassez de água. Se a tendência de urbanização continuar nesse ritmo, este 1 bilhão de pessoas viverá apenas com menos de 100 litros diários da água cada uma. Isso representa o mínimo para viver. As cidades indianas representam essa situação de escassez de maneira mais grave. As populações rurais estão migrando e superpovoando as cidades na Índia e na China. Situação semelhante acontecerá em algumas regiões da África.
Os principais fatores que causam impacto no abastecimento de água atualmente são o crescimento explosivo da população urbana, a industrialização e as mudanças climáticas. Esses fatores exigem uma atenção redobrada nas próximas décadas. Caso contrário, o acesso à água vai se tornar até motivo de guerras.
            Não pensemos nós que a situação levantada pelo estudo citado acima é uma realidade apenas de outros países.  A responsabilidade de evitar o consumo excessivo e o desperdício cabe a todos os brasileiros, todo cidadão, seja de Manhuaçu, seja de outra região. Para se ter uma ideia mais exata do consumo da água, o cientista holandês Arjen Hoekstra criou a Pegada Hídrica. É um indicador que mede o uso direto e indireto da água no processo de produção e de consumo de um bem. Por exemplo, para comer uma maçã, em média foram gastos 70 litros de água.
Às vezes prestamos atenção no consumo de água de forma isolada. Se nós vivemos em sociedade, então, esse consumo acontece em cadeia. E se não houver um esforço coletivo não será possível moderar o gasto de água. Existem muitas atitudes que podemos tomar para evitar a “extinção” desse bem tão precioso. Isso depende de cada cidadão, mas também do empenho do Estado através de políticas ecológicas e de uma economia sustentável.

*Bacharel em Filosofia e especialista em Docência do Ensino Básico e Superior.

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