segunda-feira, 30 de abril de 2012

Poetizando a existência:


PERENE RISCO DE SER

“Dum loquimur, fugerit invida aetas: Carpe diem quam minimam credula postero”. Horácio.


José Aristides da Silva Gamito


Viver e existir são quase sinônimos!
Existir é o perene risco de quem vive,
Às vezes, dá medo a gente existir.
Há fases como tudo na vida!
Há vezes que gostaria de existir
Aos bocados, saltitando, pulando pesadelos,
Como um animal ágil e sorrateiro.
Mas não tem como não apostar.
Para poder se alegrar
É preciso estar vivo
Correndo o risco também da dor!

A existência se mostra medonha,
Cheia de mistérios e de riscos,
Fenômenos sem sentido acontecem,
Tem gente que vive explicando tudo,
Vive fugindo desesperada do inefável.
Tudo inútil! Viver dói mesmo.
Às vezes, suspendo meu existir
Por instantes para perceber como é
Não-ser, mas é só pra testar!

A graça e a tragédia sempre se aliarão,
Não existe vida sem alternância
Entre essas duas dimensões.
Insisto em continuar a ser mesmo
Em face à possibilidade da dor.
Porque existir sempre será
O perene risco de quem vive!

Conceição de Ipanema, madrugada de 30 de abril de 2012

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