quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A carência de uma educação política no Brasil

A tradição educacional brasileira exclui do seu currículo uma atenção para a Educação Política. Ao analisarmos as preocupações dos nossos educadores constatamos uma concentração delas na formação técnica, com o prejuízo da formação ética. Isso não se deve à falta de teorias para embasamento de tais projetos, pois temos bons teóricos da educação e cidadãos conscientes no exercício do magistério. Mas, a razão é bem outra, conscientização política não é prioridade para o Estado.No passado a disciplina ocupou espaço nas escolas, no período da ditadura militar, sob o nome de Educação Moral e Cívica. Porém, a intenção foi bem diversa da nossa nesta reflexão, funcionava como um mecanismo ideológico do Estado. Atualmente se encontram nas escolas algumas matérias paliativas do campo das ciências humanas para simular o interesse do Estado, tais como Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso, que são vistas com descaso. A educação crítica fica sempre a desejar.Esta carência tem causas históricas que remontam à época do voto de cabresto. Ela é resultado da soma de vários sestros sociais que compuseram uma indiferença política muito marcante no povo brasileiro. Apesar de muitas iniciativas sociais surgidas nas últimas décadas, há ainda muitos resquícios da velha ordem do coronelismo. Não excluímos aqui o espírito revolucionário do nosso povo manifesto em muitas ocasiões da nossa história, muitas revoluções aconteceram, mas só quando a situação já era insuportável.A partir dessas considerações feitas, vale recordar a importância do nosso envolvimento na administração do bem comum. Evitando procedimentos como venda de votos, partidarismo agressivo e comodismo social. Este processo de conversão tem acontecido, mesmo que de uma forma muito lenta. Por exemplo, há muito se reservou o papel da mudança à instituição, agora já percebemos que ela provém das forças populares. Isso constitui um passo fundamental.A Educação Política precisa se tornar uma realidade contagiante. A proposta seria organizar um poder paralelo ao Estado, dirigido pelo povo. Partindo da articulação dos movimentos sociais existentes e da direção de todos os nossos esforços para uma nova ordem. A conscientização para essa necessidade, direito e poder , é dada pela educação. Esta seria de responsabilidade de todos os segmentos educativos da sociedade, especialmente a escola, na qual a Educação Política se converteria numa disciplina prioritária. E não com a ocupação periférica que tem atualmente na Escola.No fundo é voltar todas as nossas atenções com seriedade e urgência para as Políticas Públicas, dando ao país uma cultura de Educação Política, libertando-nos dos rotineiros vícios de cidadania. Precisamos de uma mentalidade aberta à mudança. O momento oportuno é agora. Que tal começarmos com um voto bem consciente nas eleições deste ano?

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