A questão da identidade apresenta-se como uma dificuldade constantemente debatida atualmente. Esta não se refere exclusivamente à resposta de “quem sou eu ?” , mas a indagação é muito mais ampla “o que faço ou como eu assumo este eu que sou ?”. Assumir um eu romântico totalmente positivo, otimista, auto-motivador é uma tarefa fácil, porém o cerne da questão está em como assumir este eu real incluindo a possibilidade do fracasso.Na época contemporânea temos diversas propostas que prometem solucionar o dilema da identidade e da auto-realização. Existem propostas de redenção fácil, desvinculadas da liberdade, excluindo o sofrimento da condição humana. Não podemos negligenciar, há uma imensa e ameaçadora conjuntura sócio-política e econômica em torno do jovem, exigindo dele uma modelação conforme o padrão estabelecido pelo mercado: emprego, faculdade, casamento e profissão. Como fazer uma autêntica escolha de si levando em conta todo esse conjunto de situações ? Para se realizar a todo custo, muitos preferem o caminho mais curto e inautêntico o “ser como os outros”. A tentação é negar a sua identidade para assumir a identidade da massa anônima na qual todos se comportam uniformemente: moda, ídolos, consumo e repetição de comportamento e idéias. A questão é mais séria do que se pensa, muitos tentam protestar contra a massificação por de guerrilhas e terrorismos. O eu não é todo mundo, ele é uma singularidade inalienável, não pode passar o seu poder de decisão para outrem. O problema se agrava mais ainda quando juntamente com o nosso ser o nosso fazer se massifica também. O jovem passa fazer o que todo mundo faz, seu comportamento não é diferenciado.A perda da identidade existencial e moral tem sérias conseqüências. Ela afeta as relações provocando um desequilíbrio incluindo crimes e problemas psíquicos. Na escolha de si há risco de se perder, do fracasso, de não se realizar, isso nos angustia. O principal sintoma é perda do sentido da vida.Dentre tantas propostas de existência autêntica existe a religião. Que orienta, significa, mas a auto-escolha a precede. No nosso caso de cristão, o Evangelho é uma proposta-experiência que redimensiona a vida. O no ser é assumido como filho de Deus e o nosso fazer na construção do Reino. O lugar do jovem ainda anda muito indefinido na Igreja, é necessário ocupar esse espaço.Cristo nos convida a uma escolha fundamental, a escolha dele, implica a escolha de nós mesmos. Fazendo o nosso batismo e a nossa marca de cristão.Quanto ao fazer somos intimados a construir uma civilização do amor, superando a falsa fraternidade desenvolvida entre nós. A nossa tarefa é usar o vigor juvenil que temos para superarmos o comodismo diante da atual e circundante situação do mundo contemporâneo. Fazer como Cristo fez com a sua situação histórica.
0 comentários:
Postar um comentário